China deveria investir mais no setor militar para possibilidade de 'guerra' com EUA, indica general

General Xu Qiliang, vice-presidente da Comissão Militar Central (CMC), a autoridade militar suprema da China, aconselhou o aumento do financiamento ao Exército de Libertação Popular (ELP), para se preparar para possível confronto com Estados Unidos.
Sputnik

Xu, também um dos 25 membros do Politburo, deu seu parecer em um grupo de discussão, em conjunto com o encontro anual do Congresso Nacional do Povo da China, na sexta-feira (5), segundo informa o South China Morning Post.

"Estando deparados com a armadilha de Tucídides e problemas na fronteira, as forças militares devem acelerar seu aumento de capacidade. […] Devemos fazer progressos em métodos e capacidade de combate, conferindo uma fundação sólida para a modernização militar", declarou Xu Qiliang, citado pela mídia chinesa.

O termo "armadilha de Tucídides" é bastante utilizado quando se discute a possibilidade de conflito armado entre China e EUA, tendo sido popularizado pelo cientista político da Universidade de Harvard Graham Allison, que opina que ambos os atores estão se dirigindo a uma guerra que nenhum deseja. Originalmente, se refere ao pensamento de um historiador ateniense, que teria argumentado que a guerra do Peloponeso era inevitável, uma vez que Esparta temia a ascensão de Atenas, durante os tempos da Grécia Antiga.

China deveria investir mais no setor militar para possibilidade de 'guerra' com EUA, indica general

Xi Jinping teria descartado tal termo em 2015, afirmando que tal não existia, porém, as declarações de Xu são um reflexo do pessimismo crescente de Pequim no que diz respeito às relações com os EUA sob a administração Biden.

O ministro da Defesa da China, Wei Fenghe, afirmou no sábado (6) que confrontação estratégica com os EUA teria entrado em um período de impasse. Deste modo, Wei afirma, citado pela mídia, que "contenção e contracontenção deverão ser o tópico principal das relações bilaterais a longo prazo", e o gigante asiático se encontra em um momento de grandes riscos para a segurança nacional, pelo que o setor militar deverá aumentar sua habilidade de prevalecer contra "inimigos fortes".
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