Por que pessoas vacinadas podem se contagiar com SARS-CoV-2?

As autoridades de saúde demonstraram preocupação com o fato de as pessoas já vacinadas estarem se tornando confiantes demais em relação à imunidade, removendo as máscaras e retomando os hábitos pré-pandemia.
Sputnik

De acordo com o professor Jonathan Gershoni, da Escola Shmunis de Pesquisa de Biomedicina e Câncer na Universidade de Tel Aviv, há diversos motivos que podem contribuir para as pessoas contraírem a COVID-19 após a vacinação.

Os testes clínicos da Pfizer e Moderna indicam que a vacina é 95% eficiente na proteção contra a doença, ou seja, uma pessoa a cada 20 vacinadas pode não ficar protegida contra a doença, segundo o jornal The Jerusalem Post. 

De acordo com a Universidade Johns Hopkins, a eficácia da proteção é calculada com base no número de pessoas que foram realmente infectadas nos ensaios clínicos, e não no número total das pessoas que foram vacinadas.

Além disso, as duas farmacêuticas desenvolveram suas vacinas com base na cepa do coronavírus original, descoberta e geneticamente sequenciada em Wuhan, na China.

Contudo, o vírus sofreu mutações e hoje possui diversas variantes diferentes, o que pode reduzir a eficiência das vacinas.

A terceira razão é que a imunidade é "um jogo de números", explicou o cientista.

A doença (ou a vacina) faz com que nosso corpo desenvolva anticorpos contra o vírus. Contudo, se alguém for exposto a uma carga viral extremamente alta, possivelmente esta grande quantidade de vírus poderia romper a proteção existente e infectar a pessoa. Neste caso, provavelmente causaria apenas uma doença leve.

Por fim, o professor afirmou que cada pessoa possui um sistema imunológico único, sendo alguns mais resistentes que outros.

"Sabemos que algumas pessoas possuem tendência de maior resistência às infecções, enquanto outras podem ser mais sensíveis", afirmou.

De acordo com o Ministério da Saúde de Israel, das 3.387.340 de pessoas vacinadas com as duas doses contra a COVID-19, apenas 4.711 foram contaminadas com o vírus, sendo que 907 delas apresentaram alguns sintomas, das quais 429 foram hospitalizadas. Entre estas últimas, 271 desenvolveram doença grave, enquanto 99 morreram após a vacinação completa.

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