Descoberto em 2011, o cemitério de animais seria composto por cerca de 585 esqueletos de gatos, 32 de cães, e outros 15 pertencentes a macacos. Foram, no entanto, ainda encontrados restos mortais de uma raposa e de um falcão.
Nenhum teria sido mumificado, embora alguns tivessem sido encontrados em caixões improvisados, como, por exemplo, o caso de um cachorro que estaria "envolvido em uma esteira de folhas de palmeira, e alguém havia colocado cuidadosamente duas metades de um vaso grande sobre seu corpo", informa a arqueóloga polonesa Marta Osypinska, citada pelo Live Science.
Tumbas de quase 600 cães e gatos do Antigo Egito poderiam constituir o cemitério de animais mais antigo do mundo
A descoberta dos restos mortais destes animais de quase dois milênios poderá indicar um fato interessante e importante da história humana.
Apesar da maioria dos animais enterrados ter tido, provavelmente, utilidade para os humanos daquela época, tal como a função da caça, alguns apresentavam características mais peculiares. Alguns dos cachorros seriam desdentados ou até menores que gatos, sendo que alguns dos últimos foram encontrados usando coleiras "muito preciosas e exclusivas", conta a pesquisadora.
A descoberta de um cemitério de animais no porto romano de Berenice foi reportada pela Antiquity em 2016. A saúde dos animais e seu método de enterro indicam que eles seriam companheiros valiosos.
Assim, Osypinska acredita que tal descoberta "mostra que os humanos têm uma profunda necessidade da companhia de animais". A arqueóloga sustém sua teoria explicando que "o porto de Berenice se situava no fim do mundo. Era um pedaço vazio e hostil do mesmo. Os comerciantes chegavam ao local para levar mercadorias exclusivas para o império. O que se traduzia em uma jornada muito longa e difícil, pelo que traziam para si mesmos um cachorro amado, ou um macaco trazido da Índia, ou gatos".