"Guiados por considerações humanitárias, perguntamos às autoridades dos estados mais afetados — Texas, Oklahoma e Louisiana — se planejavam ir a países estrangeiros em busca de ajuda, observando que, no caso de tal apelo oficial, o lado russo estaria disposto a estudá-lo sem demora", disse Zakharov à Sputnik.
O cônsul acrescentou que a resposta é que não precisavam de recursos adicionais, mas "que estão muito interessados em estudar a experiência russa na construção de infraestruturas adaptadas a baixas temperaturas".
O diplomata russo avaliou que é paradoxal que o Texas, muitas vezes chamada de "capital da energia" dos Estados Unidos, tenha experimentado uma verdadeira crise energética durante a tempestade de inverno (Hemisfério Norte) entre 14 e 19 de fevereiro.
"A forte queda da temperatura do ar, na noite de 16 de fevereiro, o termômetro caiu para um valor sem precedentes para a região [-19 graus Celsius], provocou interrupções generalizadas em infraestruturas críticas, principalmente no fornecimento de eletricidade e água", disse Zakharov.
Ele observou que essas condições, juntamente com o gelo nas estradas, contribuíram para a escassez de alimentos e combustível, apesar dos avisos anteriores de mau tempo iminente. Além disso, as usinas, redes e órgãos reguladores responsáveis não estavam totalmente preparados para as condições climáticas anormais.
"Uma série de falhas técnicas causou a perda de eletricidade por vários dias para mais de cinco milhões de moradores, as bombas das estações de bombeamento de água pararam. Com o corte de energia, também não havia aquecimento nas casas", avaliou Zakharov.
O cônsul russo também lembrou que alguns moradores tentaram se aquecer nas garagens ligando os motores dos carros ou queimando carvão dentro de suas casas, o que em alguns casos teve consequências trágicas.
"O número de mortos no estado chega a pelo menos 40 pessoas, e o prejuízo econômico, de acordo com várias estimativas, está entre US$ 20 bilhões [R$ 113,5 bilhões] e US$ 45 bilhões [R$ 255 bilhões]", disse ele.
Por último, Zakharov afirmou que atualmente "a vida praticamente voltou ao seu curso normal" e estão sendo realizadas obras de reparação dos sistemas de abastecimento de água e de recuperação de outras infraestruturas danificadas.