Relação entre China e Japão fica estremecida por situação envolvendo território das ilhas Senkaku

Em recente situação envolvendo a soberania do arquipélago de Senkaku, Tóquio tenta instalar placas de indicação nas ilhas de que o território é japonês, enquanto Pequim vê situação como uma provocação.
Sputnik

O governo japonês conhece bem a determinação inabalável da China em assegurar sua soberania nacional, comentaram especialistas chineses, após relatos recentes de que a prefeitura de Ishigaki, do Japão, solicitaria ao governo japonês a aprovação do desembarque nas ilhas Senkaku para instalar sinalização para um novo distrito ainda sem nome.

As ilhas Senkaku ou Diaoyu são ilhas desabitadas no mar da China Oriental, localizadas a leste da China continental, a nordeste de Taiwan, e a oeste da Ilha de Okinawa.

O secretário-chefe do gabinete japonês, Katsunobu Kato, disse à mídia na segunda-feira (15) que ninguém, exceto funcionários do governo, está autorizado a desembarcar nas ilhas e, com base nesta política, quando houver um pedido de desembarque nas ilhas Senkaku, o governo tomará a decisão certa.

A divisão de planejamento de políticas do governo de Ishigaki, quando entrevistada pelo Global Times, insistiu que as ilhas Senkaku fazem parte do território japonês, revelando que estão trabalhando no planejamento orçamentário para o próximo ano, a fim de estabelecer as placas de sinalização no arquipélago.

Em junho de 2020, a Assembleia Municipal de Ishigaki mudou sua referência da área de "Tonoshiro" para "Tonoshiro Senkaku" para destacar sua chamada administração. O que chamou atenção do Ministério das Relações Exteriores da China.

O projeto de lei de sinalização da região é "uma séria provocação à soberania territorial da China, é ilegal e inválido e não pode mudar o fato de que as ilhas Senkaku pertencem à China", disse o Ministério das Relações Exteriores chinês.

"A resolução e determinação da China em proteger sua soberania nacional são inabaláveis", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, a repórteres em uma entrevista coletiva diária em junho. A China apresentou uma reclamação ao Japão e se reserva o direito de tomar outras medidas, disse Zhao.

O Japão vem provocando repetidamente a China em assuntos marítimos, mas quando se trata de "pousar nas ilhas Diaoyu" – questões que estão no ponto principal da China – parece que o governo japonês mantém uma atitude contida, acredita Song Zhongping, um especialista militar.

Pequim e Tóquio têm disputas sobre a questão das ilhas há tempos, e manter o status quo é bom para os dois países. Song acredita que os laços bilaterais seriam empurrados para fora do penhasco se o lado japonês decidir seguir seu próprio caminho e pousar nas ilhas.

Tóquio está ciente desse problema e sabe que não deve desafiar os resultados financeiros de Pequim em questões essenciais, e a determinação da China em assegurar sua soberania nacional não vai ceder.

China e Japão devem se encontrar no meio do caminho e obter ganhos mútuos em muitos campos de cooperação, disse Song, instando o Japão a não seguir a agenda dos EUA para conter a China usando as ilhas Senkaku.

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