Alemanha, França, Espanha, Portugal, Itália e outras nações disseram ter agido por precaução após relatos de casos de trombose.
Em entrevista à Sputnik Brasil, a médica Isabela Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBI), pede cautela e diz que ainda não há comprovação de que os casos de trombose possuem relação com o imunizante.
"É importante entender que mesmo a Agência Europeia de Medicamentos já se posicionou [dizendo] que o número de casos de trombose relacionados temporalmente com a vacina não possuem nenhuma evidência de relação causal", explicou.
Após a suspensão da aplicação por alguns países europeus, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse nesta segunda-feira (15) que não há indícios, no Brasil, de que a vacina da AstraZeneca/Oxford esteja causando coágulos em pessoas vacinadas.
Apesar de não ver relação de causa e efeito, o órgão disse que monitora cinco ocorrências suspeitas de tromboembolismo entre as quase três milhões de pessoas que tomaram a vacina no Brasil.
"O Brasil vai sim continuar com a vacina da AstraZeneca, não há nenhum motivo para que não seja dessa maneira. Inclusive, os nossos dados de eventos adversos já foram publicados e não há nenhuma evidência de que a vacina possa causar situações graves", salientou Ballalai.
Segundo a especialista, mesmo em países europeus o índice de ocorrência de trombose entre as pessoas vacinadas é baixíssimo e não há comprovação de relação entre a aplicação do imunizante e o aparecimento de tromboembolismo.
"No Reino Unido, está se falando em mais de 11 milhões de doses da vacina da AstraZeneca aplicadas e não há nenhuma situação que suspeite que a vacina possa estar causando algum problema", destacou.
Os países europeus que suspenderam a aplicação do imunizante suspeitam que possa haver uma relação entre um lote específico e os casos de trombose.
"Muito difícil encontrar uma relação causal entre a vacina [e os casos de trombose] com o lote que está sendo usado na Europa ou qualquer outro. Vale dizer que aqui no Brasil o lote é outro, portanto, não tem relação com o lote que está sendo usado na Europa", completou Isabela Ballalai.