Ante primeiras sanções em 30 anos que UE planeja impor à China, Pequim adverte: 'Pensem duas vezes'

À medida que a União Europeia se prepara para impor sanções à China pela primeira vez em 30 anos, o embaixador do gigante asiático no bloco adverte sobre o que poderá se seguir se isso acontecer.
Sputnik

Zhang Ming, embaixador da China na UE, informou na terça-feira (16) em um evento on-line do think tank Centro de Política Europeia que "sanções baseadas em mentiras poderiam ser interpretadas como atos deliberados de sabotagem dos interesses de segurança e desenvolvimento da China". O diplomata, citado pelo South China Morning Post, prometeu por parte de seu país contramedidas "decididas mas moderadas".

"Queremos diálogo, não confrontação. Pedimos à UE para pensar duas vezes. Se alguns insistirem na confrontação, não recuaremos, pois não temos outra escolha senão cumprir nossas responsabilidades para com nosso povo em nosso país", disse o embaixador, citado pela mídia chinesa.

O diplomata também advertiu Bruxelas contra a tentativa de vincular o Acordo Global de Investimento de dezembro com questões de direitos humanos, dizendo que "as questões econômicas não devem ser politizadas".

Na quarta-feira (17), dois diplomatas europeus disseram que os 27 países teriam decidido sancionar 11 diplomatas chineses por alegadas "graves violações e abusos de direitos humanos" na Região Autônoma chinesa de Xinjiang. As sanções incluem restrições de viagem e apreensão de ativos, e deverão ser discutidas em um encontro ministerial a ter lugar no dia 22 de março, antes da tomada de uma decisão final.

Caso o processo siga em frente, estas serão as primeiras sanções impostas pela UE a Pequim desde 1989, quando o governo chinês foi acusado de suprimir a liberdade de expressão após uma tentativa de insurreição em Pequim.

Por agora, ainda não se sabe ao certo que consequências as sanções em causa terão para as respectivas missões diplomáticas.

Zhang disse que a China estava em negociações com um grupo de embaixadores dos Estados-membros da UE para visitar Xinjiang, no interesse de dissipar as alegações de repressão da minoria uigur.

O diplomata chinês volta a lamentar que "a missão da UE em Pequim tenha levantando tamanhas exigências, que não são aceitáveis. Mas, de qualquer modo, Xinjiang está aberta, aberta para os embaixadores europeus, aberta para diplomatas estrangeiros, jornalistas e turistas, aberta para todos."
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