A Organização de Energia Atômica do Irã anunciou nesta sexta-feira (19) que fará um teste a frio em seu reator nuclear redesenhado de Arak como prelúdio para o comissionamento completo até o final do ano. O porta-voz da entidade, Behrouz Kamalvandi, detalhou que os testes, que geralmente incluem o funcionamento inicial de sistemas de fluidos e sistemas de suporte, ocorrerão no início do ano novo iraniano que começa neste domingo (21).
"Em outras palavras, avançamos no trabalho na área de combustível, armazenamento, etc.", disse Kamalvandi.
O anúncio reforça que o Irã seguirá cometendo violações do acordo nuclear de 2015 em uma aparente tentativa de pressionar o atual presidente dos EUA, Joe Biden, para reverter o abandono do acordo por parte de seu antecessor, Donald Trump. Ambos os lados estão em um impasse sobre quem deve agir primeiro para salvar o acordo.
O governo iraniano havia concordado em fechar o reator de Arak, localizado a cerca de 250 quilômetros a sudoeste de Teerã, sob o acordo de 2015. Foi permitido que ele produzisse uma quantidade limitada de água pesada e Teerã esteve trabalhando na remodelação do reator com a intenção de fazer isótopos para uso médico e agrícola.
A Agência Internacional de Energia Atômica disse em um relatório aos Estados-membros no início desta semana que o Irã começou a enriquecer urânio em sua usina subterrânea de Natanz com um segundo tipo de centrífuga avançada, a IR-4, cometendo, portanto, uma nova violação do acordo.
No ano passado, o Irã começou a mover três cascatas, ou clusters, de diferentes modelos avançados de centrífugas de uma usina acima do solo em Natanz para sua Usina de Enriquecimento de Combustível. O país já está enriquecendo urânio no subsolo com centrífugas IR-2m. O acordo só permite enriquecimento com máquinas IR-1 de primeira geração. O Irã está enriquecendo com até 20% de pureza também em outra usina.