O Aquilolamna milarcae, um tubarão-cobra com barbatanas em forma de asas que há 93 milhões de anos nadava pelo mar, em região pertencente ao México hoje, foi descoberto por um grupo de cientistas franceses e alemães.
A pesquisa, baseada em registros fósseis encontrados no estado de Nuevo León em 2012, foi publicada nesta quinta-feira (18) na revista Science.
O animal, que viveu no período Cretáceo, ou seja, durante a época em que os dinossauros reinavam na Terra, parecia-se com as arraias, já que possuía proporções incomuns, devido às suas largas barbatanas laterais, que o tornavam largo, com uma envergadura de aproximadamente 1,9 metro e um comprimento total do corpo de 1,65 metro.
"Pode-se usar diversos adjetivos para descrever este tubarão: incomum, único, extraordinário, estranho, raro. Sim, é o único tubarão que é mais largo do que comprido", afirma Romain Vullo, paleontólogo de vertebrados e autor principal do estudo, citado pela Reuters.
Estes antigos tubarões nadavam pelas águas de uma maneira parecida com as de uma arraia, e se alimentavam ao filtrar e engolir criaturas parecidas com plânctons.
A espécie possui uma cabeça curta, com focinho não indiferenciado e boca larga, enquanto sua cauda e barbatana caudal eram similares às de muitos tubarões atuais, sendo um exemplo da evolução convergente, ou seja, quando organismos diferentes evoluem de forma independente com características similares.
"Trata-se de uma descoberta notável, porém, apenas a descoberta de outros exemplares bem conservados, com dentes, poderá esclarecer a verdadeira anatomia deste tubarão, bem como sua alimentação por filtração", afirmou Kenshu Shimada, professora de paleontologia na Universidade de DePaul, em Chicago (EUA).
A extinção deste tipo de tubarões filtradores ainda é desconhecida, porém, os cientistas sugerem que seu declínio tenha recebido contribuição pela colisão de um asteroide contra a Terra há aproximadamente 65,5 milhões de anos.