As perdas totais sofridas pelo Irã, como resultado de uma suposta campanha israelense de ataques contra o transporte marítimo comercial da República Islâmica, se elevam a "bilhões de dólares", escreve o jornal Haaretz, extrapolando as estimativas de perdas que seriam sofridas em um único ataque.
Refletindo sobre as reportagens da mídia da semana passada, segundo as quais pelo menos uma dezena de navios de carga iranianos com destino à Síria foram alvos de Israel "nos últimos dois anos e meio", Haaretz afirma que, na realidade, o número de ataques pode ter chegado a "dezenas", com a sabotagem realizada como parte de um "esforço total" pela Marinha de Israel e seus submarinos, lanchas de mísseis e comandos com base em inteligência "abrangente".
As embarcações de Teerã teriam sido atingidas em vários locais, incluindo o mar Vermelho e a costa mediterrânea da Síria.
A mídia israelense baseia as estimativas de perdas em parte no valor médio de mercado de um petroleiro médio carregado com petróleo, que calcula em até US$ 50 milhões (R$ 274,5 milhões).
O jornal atribui o grande número de prêmios recentemente entregues ao pessoal naval israelense como uma indicação possível sobre a dimensão das operações navais anti-iranianas.
O jornal se orgulha de que, ao contrário de operações ofensivas anteriores da Marinha israelense, que ocasionalmente viram comandos abordando navios e se envolvendo em tiroteios com tripulações, as ações contra os navios mercantes do Irã ocorreram "abaixo do radar", sem nenhuma tomada de controle explícita e sem nenhuma notícia de afundamentos ou assassinatos diretos.
Na semana passada, investigadores iranianos designaram Israel como o "principal suspeito" em um "ato terrorista" contra o Shahr-e Kord, um navio porta-contêineres de bandeira iraniana, e acusaram Tel Aviv de tentar "criar agitação" na região. Mídia dos EUA também relatou que um mínimo de uma dezena de navios do Irã, a maioria deles transportando petróleo à Síria, foram assaltados por Israel durante dois anos e meio.
O Ministério das Relações Exteriores do Irã disse que a investigação do incidente ainda está em andamento e que Teerã se reserva o direito de retaliar assim que o culpado ou culpados forem identificados.