Na sexta-feira (19), a prefeitura da cidade paulista anunciou a disponibilização de um kit para o tratamento precoce contra o coronavírus, incluindo ivermectina e azitromicina, além de dipirona e paracetamol.
O kit pode ser recolhido em qualquer uma das Unidades Básicas de Saúde do município com dispensário farmacêutico. O Sindicato de Médicos de Sorocaba e Região (Simesul) criticou a medida.
Segundo estudos, não existe nenhum tipo de tratamento precoce para a COVID-19 com eficácia comprovada. Desde o início da pandemia, o presidente Jair Bolsonaro estimula o uso desse tipo de medicamentos, e o Ministério da Saúde chegou a publicar protocolos recomendando o tratamento precoce.
Após a decisão da prefeitura, o ex-vereador de Sorocaba e ex-deputado estadual por São Paulo Raul Marcelo, ao lado de suas colegas de partido, Mônica Seixas, deputada estadual por São Paulo, e Sâmia Bomfim, deputada federal, entraram com pedido no Ministério Público Estadual para impedir a distribuição do kit.
'Tratamento dura cinco dias'
Ao justificar a medida, o prefeito Rodrigo Manga (Republicanos) disse que o tratamento precoce seria mais uma opção no combate ao coronavírus. "O tratamento dura cinco dias e terá um investimento de R$ 18 por paciente", afirmou, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
A prefeitura, por sua vez, disse que iniciaria o "tratamento de maneira preventiva" para diminuir a letalidade e complexidade de casos da COVID-19, o que, segundo o governo municipal, ajudaria a evitar internações e a lotação dos hospitais.
O secretário de Saúde de Sorocaba, Vinícius Rodrigues, disse que "estudos indicam" que "provavelmente" o tratamento precoce funciona, mas que não há "100% de certeza". Em entrevista à TV Tem, ele disse que o kit seria usado apenas por quem quisesse.
Por meio do Twitter, Mônica Seixas, uma das autoras do requerimento ao MP, afirmou que Sorocaba está com hospitais lotados e faltam insumos, e que kit distribuído na cidade poderia "levar mais pessoas ao sistema de saúde".