Os baleeiros do século XIX aparentemente sofreram alguns revés, pois os cachalotes aprendiam uns com os outros a escapar de seus perseguidores humanos, relatou na sexta-feira (19) o portal Live Science.
De acordo com a mídia, os pesquisadores analisaram os diários de bordo mantidos pelos baleeiros durante incursões no Pacífico Norte na época e apontaram que "as taxas de sucesso dos caçadores diminuíram em 58% em apenas alguns anos".
"No início, as baleias reagiram à nova ameaça dos caçadores humanos exatamente da mesma forma que reagiam às orcas, que eram seu único predador nesse momento", disse Hal Whitehead, professor de biologia da Universidade Dalhousie, Canadá, e autor principal do estudo publicado na revista Biology Letters.
"[Os cachalotes] se reuniam na superfície, colocavam a cria no meio e tentaram se defender mordendo ou batendo com a cauda para baixo. Mas, quando se trata de se defender do capitão Ahab, essa é a pior coisa que eles poderiam fazer, eles se tornavam um alvo muito grande", comenta, em referência a um dos personagens principais de "Moby Dick", romance norte-americano de 1851.
A equipe de pesquisa concluiu que não só os cachalotes aprenderam a escapar dos arpões das embarcações à vela ao nadar contra o vento, mas também as baleias que não haviam encontrado caçadores humanos aprenderam a copiar o comportamento daquelas que se tinham deparado com humanos.
"Cada grupo de baleias que você encontra no mar normalmente compreende duas ou três famílias, e as unidades familiares frequentemente se dividem e formam outros grupos", explicou Whitehead.
"Então, o que achamos que aconteceu é que uma ou duas das unidades que compõem o grupo poderiam ter tido encontros com humanos antes, e as que não tiveram copiaram o comportamento de seus companheiros."