'Tiro no pé': sanções dos EUA minam papel do dólar como moeda de reserva mundial, diz economista

As sanções introduzidas pelos EUA vão resultar na redução do papel do dólar como a moeda de reserva mundial, afirma Branko Milanovic, economista sérvio-americano especialista em desigualdade e professor da Escola de Economia e Ciência Política de Londres.
Sputnik

De acordo com ele, a enorme pressão econômica de Washington sobre outros países mina a confiança na moeda norte-americana. A implementação de sanções pelos EUA faz com que o papel do dólar na economia global diminua e a popularidade do euro e do yuan chinês aumentem, escreve portal RBC. 

"EUA aplicam sanções sem pensar muito. Olhem simplesmente para a lista de países: Venezuela, Irã, China, até mesmo a União Europeia e recentemente a Suíça", disse Milanovic.

No início de março os EUA introduziram medidas restritivas contra a empresa suíça Chimconnect AG por alegadas ligações a programas de desenvolvimento de armas de destruição em massa.

"Na verdade, quase não há países no mundo que não tenham sido afetados por restrições dos EUA. Em tais circunstâncias é claro que as pessoas estão menos inclinadas a manter o dinheiro no sistema bancário dos EUA", observa o economista.

'Tiro no pé': sanções dos EUA minam papel do dólar como moeda de reserva mundial, diz economista

Segundo Milanovic, o dólar dos EUA está se tornando uma moeda cada vez menos segura para a poupança.

"As pessoas preferem manter seu capital em lugares como Singapura, e não em dólares ou em títulos do governo dos EUA. De maneira bastante irônica, as sanções minam o papel do dólar como a moeda de reserva", avança especialista.

No entanto, Milanovic observou também que no futuro previsível o dólar continuará sendo a principal moeda de reserva do mundo, mas seu papel diminuirá.

Na semana passada, Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia afirmou que "os riscos das sanções dos EUA precisam ser aliviados, mudando para moedas alternativas e deixando de usar o dólar".

O chanceler explicou que a vida obriga tanto a Rússia como a China a construir uma linha de desenvolvimento econômico e social de forma a não depender dos "caprichos dos parceiros ocidentais".

Comentar