Em discurso feito por videoconferência, Bolsonaro disse que "a regra de consenso não pode ser instrumento de veto ou freio permanente", e pediu apoio aos demais Estados-membros do bloco para ampliar as negociações comerciais com outros países e regiões.
Além disso, Bolsonaro defendeu a revisão da Tarifa Externa Comum (TEC) proposta pelo Brasil e afirmou que o Mercosul precisa dar o exemplo com "resultados concretos", promovendo um novo ciclo virtuoso que gere emprego e renda para seus cidadãos.
"A abertura comercial multiplicou o intercâmbio entre nossos países, houve crescimento e ganho no bem-estar de nossas populações. Entretanto, é evidente que o bloco ainda precisa recuperar participação relevante nos fluxos comerciais e econômicos entre os Estados-membros", afirmou o chefe de Estado brasileiro.
Nesse sentido, Bolsonaro assinalou que é necessário modernizar o bloco, "a partir da redução de barreiras não tarifárias e da incorporação de setores ainda à margem do comércio intrabloco", e ressaltou que é preciso "superar as lacunas no setor automotivo e açucareiro, e alinhar as normas vigentes às melhores práticas e padrões internacionais".
Bolsonaro também destacou que os países do Mercosul devem estar preparados para a quarta revolução industrial, ocupando o espaço que lhes cabe nas cadeias econômicas internacionais, e que "as diferenças de perspectiva econômica ou política não devem afetar o processo de integração".
"Desejamos que os resultados reflitam as premissas de liberdade política econômica expressas no Tratado de Assunção [cuja assinatura em 1991 estabeleceu a criação do bloco]", afirmou o presidente do Brasil.
Além de focar nas questões econômicas, de comércio e na defesa da modernização da aliança, Bolsonaro abriu seu discurso com um breve comentário sobre a pandemia de COVID-19, manifestando pesar e solidariedade às famílias que perderam vidas para o novo coronavírus.
"Reafirmo minha solidariedade às famílias e meu profundo pesar pela perda de vidas e pelo sofrimento que a pandemia tem causado aos nossos povos", disse o presidente.
Durante o seu breve pronunciamento, Bolsonaro esteve acompanhado do ministro da Economia Paulo Guedes e do ministro das Relaciones Exteriores Ernesto Araújo.