Poderiam tecnologias de geoengenharia solar combater mudanças climáticas no futuro?

Os Estados Unidos poderiam vir a estabelecer um programa multimilionário de pesquisa em geoengenheria solar.
Sputnik

Um novo relatório da Academia Nacional de Ciências (NAS, na sigla em inglês) dos EUA recomenda o investimento de US$ 100 milhões a US$ 200 milhões (aproximadamente entre R$ 575,6 milhões e R$ 1,3 bilhão), ao longo de cinco anos, com o objetivo de pesquisar a possibilidade de intervenções tecnológicas para diminuir a radiação solar sobre a Terra. De igual modo, a pesquisa também teria em conta o estudo das possíveis consequências negativas da aplicação de tais tecnologias, bem como teria de ser gerenciadas eticamente, indica The Guardian.

Testes no terreno apenas deverão ser realizados se, de fato, não existir outra forma de obter resultados e mais informação para a pesquisa das tecnologias em estudo. Por enquanto, a Universidade de Harvard, nos EUA, espera vir a ter aprovação de um comitê independente para conduzir voos de teste, o que é visto desfavoravelmente pelos grupos ambientalistas.

O relatório da NAS considera três tipos de geoengenharia solar que permitiriam uma maior liberação de calor da atmosfera terrestre: injeção de partículas refletoras minúsculas na estratosfera para bloquear a luz solar, usar essas partículas para tornar as nuvens baixas sobre os oceanos mais refletoras e tornar mais finas as nuvens cirros de alta altitude.

Sendo um campo científico que ainda não foi estudado com muita profundidade, essas sugestões de geoengenharia solar dividem opiniões.

Os defensores da geoengenharia argumentam que os impactos do aquecimento global poderão ser demasiado grandes, e por isso todas as opções para limitá-los deverão ser exploradas. Os que se opõem argumentam que a pesquisa em causa aumentaria o risco de tais tecnologias virem a ser sabotadas, talvez por Estados vilões, em vez de reduzir as emissões. Críticos também alertam que a geoengenharia solar pode causar danos, tais como colheitas falhas, e precisaria de manutenção para evitar um aumento repentino na temperatura, a não ser que as emissões de carbono caíssem rapidamente, explica a mídia britânica.

O professor Chris Field, da Universidade de Stanford, chefe do comitê que escreveu o relatório, defende que "o programa de pesquisa de geoengenharia solar dos EUA deve se concentrar em ajudar a sociedade a tomar decisões mais informadas", citado pelo The Guardian.

No próprio relatório consta que o programa deve ser projetado para "avançar de uma maneira socialmente responsável", com os cientistas seguindo um código de conduta, pesquisas catalogadas em um registro público e incentivando a participação do público.

Com apoio de um lado e críticas do outro, não é certo se tal projeto vai avançar brevemente, mas uma coisa é certa: a humanidade precisará de encontrar mais soluções para combater as alterações climáticas.
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