Acadêmico americano sugere maneira 'correta' em como Biden deveria lidar com seus adversários

O presidente dos EUA, Joe Biden, fala com repórteres enquanto dá sua primeira entrevista coletiva formal na Casa Branca, em Washington, EUA, 25 de março de 2021
Walter Russell Mead, acadêmico americano e colunista do jornal The Wall Street Journal, deu seu parecer em como a administração Biden deveria responder aos desafios de seus adversários.
Sputnik

Em entrevista ao The Journal Editorial Report da Fox News, Mead começou por destacar a atitude provocante do novo presidente democrata ao ter convidado representantes de Taiwan para sua posse, algo que já não acontecia desde 1979, e que é importante não esquecer que Pequim considera Taiwan parte do território chinês.

Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira (25), Joe Biden teria afirmado que os "EUA e aliados procuram competição e não confrontação" com a China e seus outros adversários. No entanto, a imposição de sanções tem sido bastante recorrente em meio à citada competição, podendo ser considerada um aviso da força dos valores norte-americanos.

Perante tais ações, China, Rússia, Irã e, provavelmente, a Coreia do Norte, vão delinear estratégias para contrabalançarem pressões de Washington em seus governos.

Perante este aspecto, algo marcante teria sido a surpresa de Anthony Blinken, secretário de Estado dos EUA, diante da atitude dura da China durante a reunião no Alasca, nos dias 18 e 19 de março. Nesse encontro entre representantes de ambas as nações, Pequim teria apontado as fraquezas e más ações de Washington ao longo do tempo, em uma suposta tentativa de enaltecer a superioridade do gigante asiático.

Acadêmico americano sugere maneira 'correta' em como Biden deveria lidar com seus adversários
Acadêmico americano sugere maneira 'correta' em como Biden deveria lidar com seus adversários
Russell Mead, contudo, reconhece que "é difícil para [nós] americanos nos vermos como os outros nos veem".

Um fator importante a ter atenção são as respostas estadunidenses ao período pós-crise mundial de 2008, que, supostamente, teriam sido interpretadas por China e Rússia como se os EUA estivessem em declínio. Novamente, a imposição de sanções dos últimos aos seus adversários teria sido vista mais como um ato de fraqueza do que, propriamente, de liderança.

Por essa razão, o acadêmico afirma que os EUA devem se preparar para enfrentarem futuros desafios de tais atores. No entanto, poderá existir uma maneira mais "correta" para o fazer.

Mead apresenta duas sugestões para a administração democrata: em primeiro lugar, Biden e seus representantes deveriam se abster de um "discurso duro" relativo à delicada questão de Taiwan. Em segundo lugar, Washington deveria apostar em um maior desenvolvimento militar, de modo a conseguir intimidar Pequim ou, pelo menos, fazer a China entender que a melhor saída será o diálogo com os EUA, também garantindo que as forças americanas não sairão da região.

O que esperar de aliados europeus?

De acordo com o acadêmico, a Europa avalia a situação da China maioritariamente como um problema econômico, e assim não vê a necessidade de se envolver, juntamente com Washington, em algum tipo de conflito de Guerra Fria com a primeira.

Adicionalmente, alguns Estados europeus, como os países bálticos e a Polônia, têm receio do poder de Moscou, e por isso não seriam favoráveis, de jeito nenhum, a um possível confronto entre Washington e Moscou.

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