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Brasil tem 21 milhões de vacinas aplicadas: 'O ritmo é deplorável', diz fundador da Anvisa

O Brasil ultrapassou, nesta segunda-feira (29), a marca de 21 milhões de vacinas contra a COVID-19 aplicadas – para Gonzalo Vecina Neto, fundador e primeiro diretor da Anvisa, o ritmo da vacinação no Brasil é "deplorável".
Sputnik

O balanço da vacinação mostra que 16.258.743 pessoas (7,68% da população brasileira) receberam a primeira dose da vacina, enquanto 4.819.324 (2,28%) já estão imunizados com duas doses.

Na comparação com outros países, o Brasil deixa muito a desejar. Por aqui, são 8,33 doses aplicadas a cada 100 habitantes – muito atrás, por exemplo, das 42,9 doses dos EUA, das 20,68 do Marrocos ou das 34,15 da Sérvia (em números do painel Our World in Data). O Brasil fica atrás também de países vizinhos: o Chile tem 50,46 doses aplicadas a cada 100 habitantes, enquanto o Uruguai tem 14,69.

"Falta vacina. Tivemos apenas o Butantan produzindo em sua capacidade total e a Fiocruz teve problemas no envase da vacina. Só vamos ter uma produção em toda sua capacidade por volta do final de abril, início de maio", diz Vecina Neto em entrevista à Sputnik Brasil.
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O sanitarista acredita que, operando em capacidade ideal, o Brasil conseguirá produzir 45 milhões de doses de vacina por mês. Ainda assim o país continuará dependendo da importação de vacinas, como faz atualmente – muito aquém do que o Brasil é capaz de fazer, segundo Vecina Neto.

O fundador da Anvisa, que afirma que o Brasil tem 38 mil salas de vacinação, faz uma conta simples. Se a cada dez minutos uma vacina for aplicada, seriam 48 vacinas aplicadas por dia em cada sala. Em 20 dias úteis, o país poderia vacinar, portanto, 36 milhões de pessoas.

"O Programa Nacional de Imunização tem um poder muito grande, só que nada funciona sem comando. E o problema deste governo é comando, não tem comando. […] Sem governo federal não vamos conseguir andar com o processo de vacinação. O problema do Brasil é falta de vacina. A hora que a vacina chegar, será falta de gestão", avalia o fundador da Anvisa.
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Jair Bolsonaro trocou o ministro da Saúde em meio ao pior momento da pandemia no Brasil e anunciou a criação de um comitê para combater a COVID-19 apenas um ano depois do início da pandemia.

Nesta segunda-feira (29), o Instituto Butantan entregou ao governo federal mais cinco milhões de doses da vacina CoronaVac. Esta quantidade faz parte das 11 milhões de doses prometidas pelo ministro Marcelo Queiroga para esta semana.

Também hoje (29), o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (CONASS) pediu à Organização Mundial da Saúde (OMS) que o Brasil seja priorizado no recebimento de vacinas via COVAX.

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