A rápida recuperação da pandemia do gigante asiático ajudou Pequim a dominar o comércio global durante o segundo semestre de 2020, tendo as medidas de restrição em vários países aumentado a procura de bens chineses, maioritariamente eletrônicos ou para a habitação, segundo o jornal The Times.
Com a pressão proveniente dos períodos de trânsito no mar e escassez de contêineres para exportar bens, inclusive empecilho com encalhamento de gigantesco cargueiro no canal do Suez, no Egito, a China tem incrementado a exportação de seus produtos por terra, através da Rússia e da Ásia Central, como uma alternativa atrativa.
Nos dois primeiros meses de 2021, mais de dois mil trens de mercadorias viajaram da China para a Europa. Durante todo o ano de 2020, viagens de trem dobraram, conforme reportou mídia estatal chinesa, informa o jornal britânico.
Nina Fang, uma comerciante de uma companhia em Yiwu, na China, informou que suas exportações seguiriam normalmente pelo mar, mas desde a metade do ano passado que os preços aumentaram exponencialmente e o tempo de transporte duplicou. As queixas de seus clientes europeus, principalmente de economias europeias como a França e a Alemanha, fizeram com que Nina mudasse sua rota de exportação, sendo que de momento depende "especialmente do expresso China-Europa para entregar nossos bens", citada pelo The Times.
A opção de rotas terrestres para a exportação de bens tem sido, de igual modo, facilitada pela iniciativa chinesa Um Cinturão, Uma Rota.
Várias agências especialistas em cidades portuárias, como Xangai e Shenzhen, e que conferem serviços de exportação para companhias menores, informaram que alguns de seus clientes, entre 20% e 30%, também estariam mudando para o transporte ferroviário de seus produtos.
Contudo, uma das agentes de Shenzhen explicou para o jornal que, eventualmente, seus clientes voltariam para as rotas marítimas assim que a pandemia estivesse sob controle a nível global, comentando que "o mercado atual não é normal".