No texto, Araújo afirma que ele teria sido alvo de uma "narrativa falsa e hipócrita, a serviços de interesses escusos nacionais e estrangeiros", segundo a qual sua atuação "prejudicaria a obtenção de vacinas".
Sem citar nomes, o ex-ministro disse ainda que o Brasil é alvo de um "projeto materialista" para roubar a "dignidade espiritual".
"A verdade liberta e a mentira escraviza. Hoje, a mentira é despudoradamente utilizada para um projeto materialista que visa a escravizar o Brasil e os brasileiros, a escravizar o próprio ser humano e roubá-lo de sua dignidade material e, principalmente, espiritual", escreveu.
A pressão pela demissão de Araújo partiu, principalmente, dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Na carta, Araújo diz apenas que colocou seu cargo à disposição do governo.
"Exibi todos os fatos que desmentem tais alegações [sobre sua atuação na obtenção de vacinas], mas infelizmente, neste momento da vida nacional, a verdade não importa para as correntes que querem de volta o poder – esse poder que, durante as décadas em que o exerceram, só trouxe ao Brasil atraso, corrupção e desgraça", afirmou.
Durante o tempo em que esteve à frente da pasta, Araújo se envolveu em diversos embates diplomáticos com a China.
Mas a situação de Araújo no cargo ficou insustentável neste domingo (28), quando o ex-ministro partiu para o confronto com a senadora Katia Abreu (PP-TO), insinuando que a parlamentar havia pedido para favorecer a China na instalação da Internet 5G no Brasil.
A acusação causou revolta no Congresso e foi o estopim para a queda de Araújo.