"O Facebook, de maneira totalitária e abusiva, censurou-me sem aviso e sem protesto, estou censurado pelo Facebook [...] eles pensam que estão acima da Constituição dos países, acima das leis nacionais", declarou Maduro, durante ato presidencial transmitido pela emissora estatal do país.
A empresa, fundada pelo norte-americano Mark Zuckerberg, assegurou que decidiu bloquear o líder venezuelano por violar a "política contra a desinformação sobre a COVID-19", informou um porta-voz da empresa no dia 27 de março, citado por veículos de imprensa internacionais.
Maduro destacou que sua mensagem presidencial foi transmitida através da conta de sua esposa, Cilia Flores.
Por sua vez, o governo venezuelano também expressou seu repúdio em relação à decisão do Facebook.
"O Ministério do Poder Popular para a Comunicação e Informação repudia de forma categórica uma nova arbitrariedade por parte da empresa responsável pela rede social Facebook", disse a chancelaria em um comunicado.
O comunicado também destaca que esta ação viola os artigos 57.º e 58.º da Constituição do país, afirmando que o bloqueio por 30 dias carece de justificação e viola o direito de 1,2 milhão de usuários da conta.
O documento destaca ainda que esta não é a primeira vez que o Facebook e seus aplicativos associados, como o WhatsApp ou Instagram, se arrogam o direito de "silenciar e sancionar" os conteúdos de Maduro, afetando "a utilização ética da liberdade de expressão, pensamento e opinião".
Além disso, denuncia que existe uma espécie de "tirania do algoritmo" para perseguir aqueles que publicam conteúdos de interesse científico.
Em menos de um ano, a conta de Maduro foi bloqueada em duas ocasiões por publicar informação do antiviral criado pelo país, o Carvativir, e a molécula DR10, que assegura ter potencial para combater o vírus da COVID-19.