Mianmar tem presenciado protestos quase diários desde o golpe militar ocorrido em 1º de fevereiro. Os manifestantes exigem a restauração do governo civil eleito nas urnas e a libertação de sua principal figura política, a ex-conselheira de Estado Aung San Suu Kyi. As autoridades militares do país asiático, por sua vez, têm reprimido os protestos com gás lacrimogêneo, balas de borracha e, inclusive, munição real.
"Os militares de Mianmar detiveram e depuseram funcionários do governo que foram eleitos. Protestos e manifestações contra o regime militar ocorreram e devem continuar", assinalou o Departamento de Estado dos EUA em comunicado, citado pela agência de notícias France-Presse.
Secretário Blinken sobre Mianmar: continuamos a exortar o regime militar a libertar os que foram presos injustamente; cessar os ataques contra integrantes da sociedade civil, jornalistas e lideranças sindicais; interromper os assassinatos por suas forças de segurança; e restituir o poder ao governo eleito democraticamente.
Em meados de fevereiro, o Departamento de Estado já tinha autorizado a "saída voluntária de funcionários não emergenciais do governo dos Estados Unidos e de seus familiares". Agora, o departamento assinala que "atualizou essa situação para a partida mandatória".
De acordo com a Associação de Assistência para os Presos Políticos (AAPP) de Mianmar, o número de civis mortos na repressão já ultrapassou 520 desde golpe militar de 1º de fevereiro.
No último sábado (27), o centro cultural dos Estados Unidos na cidade de Rangum, a maior do país, foi atingido por disparos, um incidente que deixou marcas nas janelas, mas no qual não houve feridos, segundo a embaixada norte-americana no país.
"O Departamento de Estado tomou a decisão de autorizar a saída mandatória de Mianmar porque a segurança e a proteção do pessoal do governo dos EUA e de seus dependentes, assim como de cidadãos americanos particulares, é a maior prioridade do departamento", informou à AFP um porta-voz do órgão governamental, que acrescentou que o status de partida mandatório será revisado em 30 dias.
Estados Unidos, Reino Unido e a União Europeia (UE) impuseram sanções em resposta ao golpe e à repressão em Mianmar, mas, até agora, a pressão diplomática não foi suficiente para fazer a junta militar ceder.