O economista Rodolpho Tobler, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), vê a MP com bons olhos e acredita que a medida "torna o Brasil mais atrativo e menos complicador" no ambiente empresarial ao passo que facilita a atração de mais investidores para os negócios nacionais.
"As pessoas não se sentem atraídas a ter um negócio no Brasil, muito pela burocratização existente no país", diz Tobler, em entrevista à Sputnik Brasil.
A MP traz mudanças que simplificam a abertura de empresas, aumentam a proteção aos investidores minoritários, facilitam comércio exterior de bens e serviços e liberam construções de baixo risco.
As grandes beneficiadas, segundo Tobler, serão as pequenas empresas. Isso porque as medidas unificam e simplificam impostos, que eram um grande complicador para os pequenos empresários. Além disso, a MP facilidade e desburocratiza o sistema de cobrança e recuperação de crédito.
"As pequenas empresas, que não têm uma estrutura contábil própria, vão se beneficiar mais. […] As empresas maiores têm uma estrutura maior para se manter, mesmo em circunstâncias não tão favoráveis", avalia Tobler.
A MP ainda tem outro objetivo: melhorar a posição do Brasil no ranking do Banco Mundial de facilidade para se fazer negócios. De 190 economias do mundo, o Brasil atualmente ocupa a 124ª posição. A medida visa elevar o Brasil de 18 a 20 posições nesta lista.
"O Brasil tem potencial e economia muito fortes para estar nesta posição atual. As dificuldades no país são a burocracia e a carga tributária muito elevada. A burocracia é muito grande para abertura e fechamento de negócios", afirma Tobler.
O economista alerta também para a necessidade de realizar mais reformas na mesma linha desta MP para que o ambiente de negócios no Brasil seja menos incerto: "A gente precisa adotar as agendas de andamento da economia brasileira".
Apesar da turbulência política no governo Bolsonaro – seis ministérios sofreram trocas no comando nesta segunda-feira (29) – as reformas administrativa e tributária continuam vistas como prioridade pelos novos presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco.