Tony Hernández, irmão do presidente Juan Orlando Hernández, foi considerado culpado em outubro de 2019 de quatro acusações, que incluem crimes como conspiração para importar cocaína para os Estados Unidos, posse ilegal de metralhadoras e falsidade ideológica.
Segundo o juiz P. Kevin Castel, a sentença de prisão perpétua para Tony Hernández, que já foi integrante do Congresso hondurenho e traficou mais de 185 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, foi "devidamente merecida".
Ex-congressista hondurenho Tony Hernández foi condenado à prisão perpétua e ordenado a pagar uma multa de US$ 138,5 milhões [cerca de R$ 800 milhões] por distribuir 185 toneladas de cocaína e crimes relacionados a armas de fogo e falsidade ideológica.
Contudo, o presidente Juan Orlando Hernández afirmou que o processo foi um escândalo, e classificou a sentença de "ultrajante". Além disso, o chefe de Estado assinalou que "é incrível que falsos testemunhos de assassinos confessos sejam ouvidos e considerados desta maneira", ao mencionar os criminosos condenados que testemunharam no processo.
Para toda a família, a notícia que se espera de Nova York será dolorosa. O que mais se pode dizer de um julgamento em que o testemunho do principal "cooperador" dos promotores agora está exposto pela gravações secretas da própria Agência Antidrogas dos EUA [DEA, na sigla em inglês] como uma mentira?
Os promotores pediram a prisão perpétua ao alegarem que Tony Hernández "não mostrou remorso" e tinha um "papel central em uma das maiores e mais violentas conspirações para traficar cocaína do mundo".
Vários hondurenhos se reuniram nesta terça-feira [30] no centro de Tegucigalpa para "festejar" a sentença contra o ex-deputado Tony Hernández, acusado de narcotráfico, em um tribunal de Nova York.
A família de Tony Hernández, que foi preso pelas autoridades norte-americanas no aeroporto de Miami em novembro de 2018, se pronunciou em um comunicado, no qual insistiu que ele é "inocente" e assinalou que recorrerá da decisão.
Durante o julgamento, os promotores norte-americanos disseram que o presidente Juan Orlando Hernández agiu como "coconspirador" nos crimes de seu irmão, mas o chefe de Estado não foi acusado formalmente pelo sistema de justiça norte-americano.
Os promotores também disseram que o presidente hondurenho recebeu milhões de dólares em propinas de barões da droga, entre eles o traficante mexicano Joaquín "El Chapo" Guzman. Juan Orlando Hernández, por sua vez, nega todas as alegações de envolvimento com o tráfico de drogas.