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Mourão defende 'princípio da antiguidade' para nomeação de novos comandantes das Forças Armadas

O vice-presidente Hamilton Mourão disse nesta quarta-feira (31) que os novos comandantes das Forças Armadas devem ser escolhidos com base no critério da antiguidade. 
Sputnik

Na terça-feira (30), o Ministério da Defesa informou que os comandantes da Marinha, Ilques Barbosa, do Exército, Edson Leal Pujol, e da Aeronáutica, Antônio Carlos Bermudez, seriam substituídos. A mudança ocorre na esteira da reforma ministerial promovida pelo presidente Jair Bolsonaro.

"Julgo que a escolha tem que ser feita dentro do princípio da antiguidade. Até porque foi uma substituição que não era prevista. Quando é uma substituição prevista, é distinto. Então se escolhe dentro da antiguidade e segue o baile", disse o general Mourão, segundo o jornal O Globo.

Além disso, o vice minimizou a saída dos ministros, afirmando que eles não tinham mandato e a troca é prerrogativa do presidente. 

É a primeira vez que os comandantes das três Forças deixam o cargo ao mesmo tempo. Na segunda-feira (29), Bolsonaro demitiu o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, nomeando para seu lugar o também general Walter Braga Netto, que ocupava a Casa Civil. 

Em protesto, os comandantes de Exército, Marinha e Aeronáutica se reuniram e teriam colocado o cargo à disposição. Em antecipação, o governo acabou demitindo os três por conta própria. Segundo informações da mídia, Bolsonaro estaria insatisfeito com a falta de apoio público das Forças Armadas às declarações do presidente, por exemplo contra o isolamento social.

'Dentro do previsto'

Ao chegar ao Palácio do Planalto, Mourão elogiou Azevedo e Silva e seu substituto, Braga Netto, reforçando que as trocas estariam "dentro do previsto". 

"Comandantes não têm mandato. Por exemplo, quando eu era coronel, fui nomeado comandante de uma unidade, meu mandato era de dois anos. Se fosse interrompido antes é porque tinha havido um problema comigo. Comandantes não têm mandato, podem ser substituídos a qualquer momento", afirmou. 

Ao mesmo tempo, disse que as Forças Armadas atuarão dentro da legalidade. 

"As Forças Armadas atuam dentro de um tripé, que é a legalidade, ou seja, atentas à missão constitucional e aquelas que são dadas pelas leis complementares; dentro da legitimidade que as Forças Armadas têm, porque a nação há muito tempo decidiu que tinha que ter Forças Armadas; e sempre dentro da estabilidade, ou seja, dentro dos seus princípios e valores. Não muda nada", afirmou.
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