Dinamarca descobre nova cepa da COVID-19 que dificulta formação de anticorpos

As mutações encontradas na Dinamarca geram preocupações de que as vacinas terão um efeito mais fraco quanto mais longe o vírus sofrer mutação de sua cepa original, a ponto de se tornarem ineficazes.
Sputnik

Uma nova cepa de coronavírus mutante, semelhante às variantes sul-africana e brasileira divulgadas anteriormente, foi descoberta na Dinamarca, e gera preocupação no meio científico, noticiou a rádio Danish.

De acordo com Christian Wejse, professor associado do Departamento de Medicina Clínica da Universidade de Aarhus, a recém-chegada é um novo desenvolvimento da cepa britânica com uma mutação extra "que a torna melhor para evitar anticorpos".

Isso significa que uma pessoa que foi infectada no passado tem um risco ligeiramente maior de se infectar novamente por esta cepa. Até o momento, dois casos da nova mutação foram mapeados.

O Instituto Estadual Serum (SSI, na sigla em inglês) disse que estava "meio preocupado" com a nova mutação. "Temos um bom sistema na Dinamarca para acompanhar esses vírus e detectar infecções. Mas é uma variante que preferiríamos ter evitado ver aqui", disse Henrik Ullum, diretor do SSI.

No entanto, Wejse explica que, embora a cepa mutante exija medidas extras para manter a propagação baixa, não é um "desastre" nem afetará os planos do país para uma reabertura gradual. Ainda assim, admite que a nova cepa não deve de forma alguma ser ignorada.

"Devemos levá-la a sério e tentar evitar que se torne a dominante. O meio para fazer isso é encapsulá-la e fazer uma detecção eficaz da infecção", disse Wejse.

Ao mesmo tempo, existe a preocupação de que as vacinas tenham um efeito mais fraco quanto mais longe o vírus sofrer mutação de sua cepa original. Apesar do temor de que potenciais alterações genéticas possam tornar a inoculação ineficaz, o cientista arrisca dizer que as vacinas atuais ainda protegem contra o agravamento da doença.

O especialista tranquiliza ao enfatizar que pelo fato de o vírus existir há mais de um ano e ter milhões de infectados ao redor do mundo, ainda não houve registro de nenhuma mutação significativa além das mencionadas. Wejse pontua que para o meio científico é "reconfortante" o vírus continuar espalhando basicamente apenas as mesmas mutações. O que dá a entender que caso houvesse mais variações, a situação poderia ser ainda mais preocupante.

Com a variante britânica sendo atualmente a dominante, a nação escandinava viu mais de 230 mil casos da doença, com mais de 2.400 mortes. Grandes áreas do país estão neste momento sob bloqueio parcial, com o governo planejando suspender as restrições em sincronia com o progresso da vacinação.

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