Pesquisadores dos EUA, Reino Unido e Dinamarca analisaram a composição de rochas sedimentares marinhas na África do Sul, do Paleoproterozoico, ou seja, de 1,6 milhões de anos a 2,5 milhões de anos, segundo informou a revista Nature.
Com estruturas isotópicas de enxofre, ferro e carbono, os cientistas conseguiram entender as alterações de potencial de redução no oceano da época. Assim, os pesquisadores determinaram o nível de oxigênio na antiga atmosfera terrestre.
Inicialmente, uma oxigenação atmosférica de até 10-5 ocorreu há cerca de 2,43 milhões de anos. Depois disso, o nível de oxigênio caiu e subiu várias vezes. Há cerca de 2,22 milhões de anos, o oxigênio se tornou um elemento constante da atmosfera terrestre.
Tais oscilações explicariam as alterações climáticas no Proterozoico precoce, sugerem os cientistas. Naquele período bastante curto houve quatro eras do gelo. Os cientistas explicam essas mudanças climáticas através da proporção de gases atmosféricos como oxigênio e gases do efeito estufa (metano e dióxido de carbono).
Quanto mais alto o nível de gases do efeito estufa, mais forte o efeito estufa no planeta. Ao contrário, o nível mais alto de oxigênio leva ao arrefecimento e era do gelo. Os vulcões poderiam ser a fonte principal de gases do efeito estufa.
"Antes deste trabalho, todos queríamos saber por que o quarto evento glacial aconteceu se o oxigênio já era um componente estável na atmosfera", disse um dos autores do estudo, Andrey Bekker.
"Descobrimos que não era estável. O aumento permanente de oxigênio realmente ocorreu após a quarta glaciação final na era de Proterozoico e não antes dela, e isso resolve o que anteriormente tinha sido um grande enigma em nossa compreensão", explicou Bekker.
Portanto, os cientistas acreditam que o Grande Evento de Oxigenação, momento crucial na história da Terra, depois do qual começou o período contínuo da estabilidade ecológica, ocorreu 200 anos mais tarde de que se pensava.