A decisão "coloca questões sobre se o presidente dos EUA Joe Biden planeja voltar" ao tratado com Moscou, segundo informou o jornal Wall Street Journal.
"Estes aviões têm quase 60 anos, sua manutenção é cara demais", disse Don Bacon, membro da Câmara dos Representantes dos EUA e general de brigada aposentado da Força Aérea norte-americana. "Ficando no cemitério [do equipamento aéreo], eles [aviões] serão reutilizados para peças de reposição e cortados para sucata."
A representante da Força Aérea dos Estados Unidos declarou que dois aviões OC-135B não são mais necessários e nos próximos meses serão enviados ao cemitério de equipamento aéreo na base aérea Davis-Monthan, no estado do Arizona.
"Dado que não há mais demanda para os voos dos OC-135B, o Departamento da Força Aérea dos EUA começou a tomar medidas para reciclagem padrão do equipamento de acordo com as regras", afirmou a representante.
No entanto, segundo a mídia, um representante do Conselho da Segurança Nacional dos Estados Unidos informou que a atual administração ainda está ponderando o regresso ao tratado e discutindo o assunto com os aliados.
"Tomaremos a decisão na hora certa e esta decisão não é ligada aos procedimentos anteriormente programados relacionados com o equipamento envelhecido", declarou o representante.
Opinião de Moscou
O desmantelamento dos aviões dos EUA que foram usados para voos de vigilância sobre a Rússia no âmbito do Tratado de Céus Abertos mostra que Washington ainda não preparado para voltar ao tratado, afirmou à Sputnik o chefe da delegação russa nas negociações sobre segurança em Viena, Konstantin Gavrilov.
"Os EUA não dão qualquer sinal. Os norte-americanos anunciaram que estavam desmantelando seus aviões, e eu pessoalmente vejo isso como um sinal de que eles ainda não estão prontos [para regressar ao Tratado de Céus Abertos]", disse Gavrilov.
O funcionário russo confirmou que Moscou está realizando seus procedimentos internos para a denúncia do acordo.
O Tratado de Céus Abertos, assinado em 1992, foi uma das medidas de fortalecimento da confiança e transparência na Europa após a Guerra Fria, permitindo aos 34 países-membros sobrevoar territórios e verificar movimentos militares dos signatários.
A participação dos EUA do Tratado de Céus Abertos terminou oficialmente em 22 de novembro, seis meses após a administração de Trump anunciar a intenção de sair do acordo. Moscou indicou que procuraria salvar o Tratado de Céus Abertos, que também é integrado pelos aliados dos EUA na OTAN, Suécia, Finlândia, Bielorrússia, Ucrânia e vários outros países.