EUA retiram aviões usados para vigilância da Rússia segundo Tratado de Céus Abertos, diz mídia

Os Estados Unidos decidiram retirar os aviões que foram usados durante 30 anos para realização de voos de vigilância da Rússia dentro dos limites do Tratado de Céus Abertos, o que questionaria se o país planeja regressar ao tratado, diz mídia.
Sputnik

A decisão "coloca questões sobre se o presidente dos EUA Joe Biden planeja voltar" ao tratado com Moscou, segundo informou o jornal Wall Street Journal.

"Estes aviões têm quase 60 anos, sua manutenção é cara demais", disse Don Bacon, membro da Câmara dos Representantes dos EUA e general de brigada aposentado da Força Aérea norte-americana. "Ficando no cemitério [do equipamento aéreo], eles [aviões] serão reutilizados para peças de reposição e cortados para sucata."

A representante da Força Aérea dos Estados Unidos declarou que dois aviões OC-135B não são mais necessários e nos próximos meses serão enviados ao cemitério de equipamento aéreo na base aérea Davis-Monthan, no estado do Arizona.

"Dado que não há mais demanda para os voos dos OC-135B, o Departamento da Força Aérea dos EUA começou a tomar medidas para reciclagem padrão do equipamento de acordo com as regras", afirmou a representante.

No entanto, segundo a mídia, um representante do Conselho da Segurança Nacional dos Estados Unidos informou que a atual administração ainda está ponderando o regresso ao tratado e discutindo o assunto com os aliados.

"Tomaremos a decisão na hora certa e esta decisão não é ligada aos procedimentos anteriormente programados relacionados com o equipamento envelhecido", declarou o representante.

Opinião de Moscou

O desmantelamento dos aviões dos EUA que foram usados para voos de vigilância sobre a Rússia no âmbito do Tratado de Céus Abertos mostra que Washington ainda não preparado para voltar ao tratado, afirmou à Sputnik o chefe da delegação russa nas negociações sobre segurança em Viena, Konstantin Gavrilov.

"Os EUA não dão qualquer sinal. Os norte-americanos anunciaram que estavam desmantelando seus aviões, e eu pessoalmente vejo isso como um sinal de que eles ainda não estão prontos [para regressar ao Tratado de Céus Abertos]", disse Gavrilov.

O funcionário russo confirmou que Moscou está realizando seus procedimentos internos para a denúncia do acordo.

O Tratado de Céus Abertos, assinado em 1992, foi uma das medidas de fortalecimento da confiança e transparência na Europa após a Guerra Fria, permitindo aos 34 países-membros sobrevoar territórios e verificar movimentos militares dos signatários.

A participação dos EUA do Tratado de Céus Abertos terminou oficialmente em 22 de novembro, seis meses após a administração de Trump anunciar a intenção de sair do acordo. Moscou indicou que procuraria salvar o Tratado de Céus Abertos, que também é integrado pelos aliados dos EUA na OTAN, Suécia, Finlândia, Bielorrússia, Ucrânia e vários outros países.

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