O primeiro passo e o "mais necessário" para restaurar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), ou acordo nuclear, é Washington levantar as sanções contra Teerã, disse na terça-feira (6) em Viena, Áustria, Abbas Araghchi, vice-ministro das Relações Exteriores do Irã.
"A suspensão das sanções dos EUA é o primeiro e mais necessário passo para restabelecer o Plano de Ação Conjunto Global", disse Araghchi durante reunião presencial da comissão conjunta do JCPOA.
"O Irã está totalmente preparado para suspender suas medidas corretivas, voltando à plena implementação do JCPOA uma vez que as sanções sejam suspensas e verificadas", sublinhou.
Reunião em Viena
Não houve contatos diretos entre Teerã e Washington, apesar da presença de uma delegação dos EUA. Segundo Mikhail Ulyanov, representante permanente da Rússia junto a organizações internacionais em Viena, e que chefiou a delegação russa, a reunião do JCPOA decorreu entre diretores políticos em formato presencial.
A reunião da Comissão Conjunta sobre o JCPOA foi concluída com bastante sucesso. Os dois grupos de especialistas – sobre a suspensão de sanções e sobre questões nucleares – foram encarregados de elaborar listas de medidas a serem tomadas para o regresso à plena implementação do JCPOA. Os especialistas vão iniciar os trabalhos imediatamente.
Em 2015, o Irã assinou o JCPOA com a China, França, Alemanha, Rússia, Reino Unido, EUA, Alemanha e União Europeia. O acordo exigia que o Irã reduzisse seu programa nuclear e as reservas de urânio em troca de alívio das sanções, incluindo o levantamento do embargo de armas cinco anos após a adoção do acordo. Em 2018, os EUA abandonaram o acordo durante a administração de Donald Trump (2017-2021) e implementaram sanções duras contra Teerã.
Como resultado, o país persa começou gradualmente a abandonar seus compromissos com o JCPOA.
Em dezembro de 2020, o Irã aprovou uma lei para aumentar seu enriquecimento de urânio e limitar as inspeções da ONU de suas instalações nucleares em resposta à morte do cientista nuclear Mohsen Fakhrizadeh. Teerã tem afirmado que regressará imediatamente ao cumprimento pleno do acordo nuclear assim que as sanções ao país sejam retiradas.