O anúncio da entrega da carta foi feito nesta terça-feira (6) pelo chanceler venezuelano Jorge Arreaza.
"Ontem [5] esta carta foi entregue com um objetivo fundamental, […] para dar às nossas Forças Armadas os conselhos pertinentes para a desminagem total", disse Arreaza, em declaração transmitida pela estatal Venezolana de Televisión.
O ministro destacou que a desativação das minas visa evitar que ocorram mortes de civis na área onde foram plantadas.
"Que nenhum menino venezuelano que esteja jogando futebol e nenhum camponês que esteja em sua produção exploda uma dessas minas ou que nenhum veículo com gente exploda uma dessas minas e morra ou fique sem pernas. Não queremos isso na Venezuela e por isso estamos pedindo ajuda à ONU", disse ele.
Arreaza disse que, segundo as estatísticas, no ano passado 248 pessoas foram vítimas de minas terrestres e outras 148 de explosivos na Colômbia.
Jorge Arreaza reiterou que enviou uma comunicação a Ilene Cohn, oficial encarregada do Serviço de Ação Anti-Minas das Nações Unidas, solicitando conselho para desativar as minas deixadas por grupos irregulares colombianos.
Venezuela quer ajuda com o conflito na fronteira
Na declaração, o ministro venezuelano fez ainda outro pedido: que o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, interceda no conflito com a Colômbia.
"Quantas vezes já pedimos um canal de comunicação para poder nos comunicar com a Colômbia, para que haja um mínimo de coordenação com a força pública? Quantas vezes a Colômbia disse que há acampamentos guerrilheiros na Venezuela? Delcy Rodríguez [vice-presidente] deu as coordenadas de onde ficavam os acampamentos da Operação Gideão [incursão marítima em maio de 2020] e o que eles fizeram? Nada", disse Arreaza.
O chanceler disse ainda que seu governo pedirá a ajuda da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC) para o conflito na fronteira de seu país com a Colômbia.
Na madrugada do dia 21 de março foi registrado no estado de Apure o primeiro confronto entre grupos irregulares e as Forças Armadas venezuelanas. Segundo dados do governo, oito soldados venezuelanos e nove membros de grupos irregulares morreram na operação.