Um novo estudo realizado pelos pesquisadores Yafit Kedar e Ran Barkai da Universidade de Tel Aviv, Israel, juntamente com um pesquisador independente chamado Gil Kedar, oferece uma explicação sobre a razão de as pessoas do período Paleolítico terem escolhido cavernas profundas para expressar seus lados artísticos em oposição a lugares mais acessíveis, relata o jornal Haaretz.
Como Yafit Kedar explicou ao jornal, durante sua visita a cavernas com arte rupestre na Europa ela se perguntava por que razão essas pessoas "iriam para a escuridão, para tal reclusão" para fazer o que fizeram.
Os pesquisadores explicaram no estudo publicado na revista Time and Mind como eles "simularam o efeito das tochas nas concentrações de oxigênio em estruturas semelhantes a cavernas decoradas do Paleolítico", mostrando que "o oxigênio rapidamente diminuiu para níveis conhecidos por induzir um estado de hipóxia". Os cientistas também referiram que o fenômeno de intoxicação ritual é observado nos caçadores-coletores modernos.
"A hipóxia aumenta a liberação de dopamina no cérebro, resultando em alucinações e experiências fora do corpo", escreveram eles.
"Discutimos o significado das cavernas nas visões indígenas de mundo, e afirmamos que entrar nesses ambientes profundos e escuros foi uma escolha consciente, motivada pela compreensão da natureza transformadora de um espaço subterrâneo, esgotado pelo oxigênio."
A equipe argumentou ainda que "não foi a decoração que tornou as cavernas significativas", mas "ao contrário, o significado das cavernas escolhidas foi a razão de sua decoração", podendo ser "espíritos, ancestrais, quem sabe".