Uma importante decisão do STF na noite desta quinta-feira (8) movimentou os bastidores da política em Brasília.
O ministro Luis Roberto Barroso determinou, faltando pouco mais de um ano para as eleições presidenciais, que o Senado instale uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) para averiguar a atuação do governo federal na pandemia da COVID-19.
Presidente do Senado, Rodrigo Pacheco afirmou que iniciará os trabalhos da CPI da Pandemia, porém, ele avaliou que a decisão foi "equivocada", e que a comissão poderá ser usada como "palanque político" para as eleições de 2022, escreve o G1.
O pedido de criação da CPI foi protocolado em 15 de janeiro por senadores que querem apurar as ações e omissões do governo Jair Bolsonaro na crise sanitária.
"A CPI poderá ser um papel de antecipação de discussão político-eleitoral de 2022, de palanque político, que é absolutamente inapropriado para este momento da nação", declarou Pacheco na entrevista.
O presidente do Senado também disse considerar que uma comissão funcionando de forma presencial neste momento de pandemia vai "expor a risco" senadores, servidores, pessoas que eventualmente sejam intimadas a prestar depoimento e jornalistas.
Ele destacou que, pela natureza de uma CPI, que recebe informações sigilosas, ouve testemunhas e analisa documentos, os trabalhos devem acontecer de forma presencial. O presidente do Senado disse que não aguardará a análise da ação judicial no plenário virtual do STF para instalar a comissão.
Após a decisão de Luís Roberto Barroso, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou em uma rede social que a CPI "em nada contribuirá para vencer a pandemia".
Em seguida, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), também em uma rede social comentou a decisão do STF.