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Organização boliviana pede a Bolsonaro que dê asilo a ex-ministra acusada de corrupção

O Comitê Cívico de Santa Cruz anunciou nesta quinta-feira (8) que solicitou ao presidente do Brasil a concessão de asilo político para a ex-ministra do Meio Ambiente da Bolívia, María Elva Pinckert, que responde a processo por corrupção.
Sputnik

"Pedimos respeitosamente à vossa autoridade [que] conceda asilo político em favor de María Elva Pinckert de Paz, sendo suas razões totalmente válidas em conformidade com as normas do Direito Internacional Humanitário", disse a organização, que é um dos grupos mais influentes da direita boliviana, em uma carta dirigida a Bolsonaro, que foi entregue à embaixada brasileira em La Paz.

Pinckert, ex-ministra do governo interino de Jeanine Áñez, está em paradeiro desconhecido desde o último fim de semana. De acordo com os seus familiares, ela está no exterior, depois de não atender a uma intimação do Ministério Público da Bolívia e se declarar na clandestinidade.

O Comitê de Santa Cruz envia carta ao governo do Brasil solicitando a constituição de uma comissão internacional de combate à corrupção e de defesa dos direitos humanos.

A ministra é a quarta integrante do gabinete de Áñez que teria fugido para o exterior para evitar processos judiciais na Bolívia, seguindo os passos dos ex-titulares de Governo, Arturo Murillo, e de Defesa, Luis Fernando López, que viajaram para os Estados Unidos, e Roxana Lizárraga, ex-ministra das Comunicações, que está refugiada no Peru.

Comitê de Santa Cruz denuncia perseguição contra opositores do MAS

A carta para Bolsonaro, datada de ontem (7) e divulgada pelo Comitê Cívico de Santa Cruz nas redes sociais, denuncia que o Ministério Público da Bolívia pretende processar Pinckert "sem respeitar as garantias que se outorga a uma pessoa imputada por um processo penal [...] gerando o desamparo absoluto".

Além disso, o comitê, que foi um dos pilares dos protestos que levaram à derrubada do ex-presidente Evo Morales em novembro de 2019, pediu ao presidente Bolsonaro que promova uma ação internacional para frear a "perseguição" contra opositores que estaria sendo levada a cabo pelo atual governo de Luis Arce, do Movimento Ao Socialismo (MAS).

Organização boliviana pede a Bolsonaro que dê asilo a ex-ministra acusada de corrupção
O grupo citou como casos de supostas violações dos direitos humanos as detenções preventivas que foram impostas desde meados de março à ex-presidente Áñez e a dois de seus ex-ministros, acusados de golpe de Estado.

Áñez chegou ao poder após a renúncia de Morales, a pedido das Forças Armadas, devido a denúncias feitas pela Organização dos Estados Americanos (OEA) de irregularidades nas eleições de outubro de 2019, nas quais o ex-presidente saiu vencedor.

Pinckert, do partido de direita Democratas, cuja base fica em Santa Cruz, é acusada de tráfico de influência e outros crimes.

Antes de sair em defesa da ex-ministra, o Comitê Cívico de Santa Cruz ofereceu refúgio em seus escritórios a todos os opositores que, supostamente, estão sendo perseguidos pelo atual governo. 

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