Em conversa com apoiadores, Bolsonaro comentou a decisão monocrática do ministro que obriga o Senado a instalar a CPI para investigar as ações do governo federal no combate à pandemia. Segundo Bolsonaro, a CPI seria uma "jogadinha" política com a bancada de esquerda e acusou Barroso de fazer "politicalha".
"Falta coragem moral para o Barroso e sobra ativismo judicial. [...] O país vive momento crítico de pandemia, pessoas morrem e o ministro do STF faz politicalha junto ao Senado", disse Bolsonaro.
O presidente postou o vídeo dos ataques em sua conta no Twitter.
Para o presidente, são "os desvios de recursos de governadores" que merecem uma CPI. Sem citar nomes, Bolsonaro acusa alguns governadores de alterar o destino de "bilhões" de reais que seriam originalmente utilizados para combate à pandemia.
"[A CPI] é contra o presidente Jair Bolsonaro. É exatamente isso, a CPI não é para apurar desvios de governadores, é para apurar, segundo está na ementa lá do pedido de CPI, omissões do governo federal. Ou seja, uma jogadinha entre Barroso e a bancada de esquerda no Senado para desgastar o governo", afirmou.
O presidente destacou a existência de pedidos de impeachment contra ministros do STF que estão arquivados no Senado. Bolsonaro provocou Barroso a determinar a análise destes pedidos. Além disso, lembrou que Barroso foi advogado de defesa do italiano Cesare Battisti, que estava no Brasil e foi extraditado para seu país de origem em 2019, onde é acusado de homicídios.
"Barroso, nós conhecemos teu passado, tua vida, o que sempre defendeu e como chegou ao STF, inclusive defendendo o terrorista Cesare Battisti. Se você tiver um pingo de moral, Barroso, mande abrir processo de impeachment contra alguns dos seus companheiros do STF", finalizou.
Segundo o site Poder360, há pelo menos dez pedidos de impeachment contra ministros do STF. Entre eles, há até um pedido para retirar todos os integrantes do Supremo – mas nenhum pede o afastamento pessoal de Barroso. O ministro mais visado pelos pedidos de impeachment é Alexandre de Moraes, que foi indicado por Michel Temer em 2017.