O ataque às principais instalações nucleares do Irã em Natanz foi elaborado muito antes das negociações em andamento em Viena, que envolvem o Irã e os Estados Unidos para retornarem ao acordo nuclear, embora o momento de sua execução possa ter a ver com o progresso do diálogo, de acordo com o The Jerusalem Post.
Segundo a mídia, na época em que a operação foi planejada, ainda não estava claro quando e se Washington e Teerã voltariam a negociações sérias sobre o regresso ao acordo nuclear, embora se soubesse há muito que essa era a intenção declarada do presidente dos EUA, Joe Biden.
Ainda segundo o jornal, a impressão atribuída a escalada de tensões entre um dos assuntos mais proeminentes da geopolítica atual, é de que "a guerra encoberta contra o Irã é contínua e focada em evitar que ele se aproxime do limiar nuclear, independentemente da política específica das potências mundiais sobre o assunto em qualquer dado momento".
A impressão do jornal israelense The Jerusalem Post serve como confirmação adicional à matéria publicada pelo jornal norte-americano, The New York Times, sugerindo que o incidente de Natanz foi resultado de um "ataque terrorista" e que o serviço de inteligência Mossad de Israel estava envolvido. Para mídia estadunidense, o incidente foi o resultado de uma "explosão deliberadamente planejada" em uma "operação secreta israelense".
Os relatos das duas mídias também vão de encontro às constantes declarações do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de que independente do resultado das negociações entre o Irã e os EUA sobre o acordo, Tel Aviv impediria de qualquer forma que o país persa obtenha armas nucleares.
"Devemos agir contra o governo fanático do Irã que está simplesmente ameaçando nos apagar da terra [...]. Sempre saberemos nos defender por nós mesmos daqueles que nos buscam para nos matar. Israel vai se defender", disse o premiê.
Na manhã de domingo (11), a Organização de Energia Atômica do Irã reportou uma explosão na usina nuclear de Natanz. A explosão não gerou fatalidades ou poluição ambiental. Hoje (12) pela manhã, o governo iraniano disse que havia identificado o responsável pelo ataque.
Ainda hoje, nesta tarde, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, chamou o atentando de "um ousado ato de terrorismo nuclear em solo iraniano" e que "poderia ter resultado em uma situação catastrófica, a qual pode ser considerada um crime contra a humanidade", jurando uma resposta dura contra o Estado Israelense.