Neste domingo (11), o primeiro-ministro da Coreia do Sul, Chung Sye-kyun, chegou ao Irã para ajudar a tentar restaurar o acordo nuclear de 2015, enquanto Teerã exigiu a liberação de US$ 7 bilhões (cerca de R$ 39 bilhões) em fundos iranianos presos na Coreia do Sul sob sanções dos Estados Unidos, de acordo com o The Times of Israel.
A visita de Chung Sye-kyun será de dois dias e é a primeira vez, em 44 anos, que um primeiro-ministro sul-coreano vai ao país, em meio a relações frias entre as duas nações por apoio oferecido pela República Islâmica à Coreia do Norte. A viagem também acontece dias após o país persa liberar o petroleiro sul-coreano e seu capitão apreendidos desde janeiro, com a Coreia do Sul prometendo em troca ajudar a garantir a liberação dos fundos congelados, segundo a Reuters.
"Pedimos ao governo sul-coreano que libere os recursos financeiros do Irã o mais rápido possível", disse o vice-presidente do iraniano, Eshaq Jahangiri, durante coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro, Chung Sye-kyun, em Teerã.
Nesta segunda-feira (12), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, enfatizou o pedido da liberação dos fundos dizendo que "nossos laços foram afetados por esse problema. Algumas soluções foram discutidas, mas resta saber até que ponto e em que medida elas estarão operacionais", disse Khatibzadeh a repórteres segundo a mídia.
O vice-presidente do Irã Jahangiri ataca Coreia do Sul por respeitar as sanções dos EUA, culpando-a pela lacuna nos laços. Primeiro-ministro sul-coreano está em Teerã em uma visita oficial de 2 dias. Seul está de olho no aumento do comércio com Teerã após a possível retomada do acordo nuclear. O Irã quer aprovação congelada liberada.
Durante a coletiva de imprensa conjunta no domingo (11), o governo sul-coreano expressou sua disposição de apoiar os esforços para reativar o acordo, e que o retorno do Irã ao Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês) colaboraria para melhorar as relações entre Seul e Teerã.
"As negociações do JCPOA estão sendo conduzidas de forma construtiva e [...] o desenvolvimento de laços e a resolução de problemas são necessários para o bem-estar e o avanço de ambas as nações", disse Sye-kyun citado pela Reuters.
O Irã foi um importante fornecedor de petróleo para a Coreia do Sul até Seul interromper a comercialização, após uma decisão dos EUA em 2018, sob o então presidente, Donald Trump, de sair unilateralmente do acordo nuclear com o Irã e impor sanções esmagadoras.