Os pesquisadores do Laboratório Nacional Lawrence Livermore e do Instituto de Tecnologia da Força Aérea, nos Estados Unidos, estão tentando desenvolver um método para alterar as trajetórias de asteroides que poderiam ameaçar a Terra, segundo o estudo publicado na revista Acta Astronautica.
Lansing Horan IV, autor principal do estudo, explica que o foco de sua equipe é estudar a radiação de nêutrons produzida por uma detonação nuclear para alterar as trajetórias de asteroides.
Observando que os nêutrons podem ser mais penetrantes do que os raios X, Horan IV, citado pelo portal SciTechDaily, disse que "isso significa que a produção de nêutrons pode potencialmente aquecer maiores quantidades de material da superfície de asteroides e, portanto, ser mais eficaz para desviar asteroides do que a produção de raios X".
É possível lidar com os asteroides de duas maneiras: a primeira é através do rompimento, o que significa fornecer energia suficiente para quebrar um asteroide em vários fragmentos; a segunda opção é a deflexão, que altera o curso do asteroide com uma descarga de energia, explica o cientista.
O rompimento de asteroide é uma opção quando o tempo até o impacto do asteroide for curto ou se o corpo celeste for relativamente pequeno. A deflexão "poderia geralmente ser preferível como a opção mais segura e mais 'elegante', se tivermos tempo de alerta suficiente para aprovar este tipo de resposta", comenta Horan IV.
"O objetivo final seria determinar o espectro de energia de nêutrons ideal, a propagação de saídas de energia de nêutrons que depositam suas energias de forma mais ideal para maximizar a mudança de velocidade resultante ou deflexão", afirma o pesquisador.
O cientista destacou ainda a importância do estudo e a compreensão de "todas as tecnologias de mitigação de asteroide para maximizar as ferramentas" que possuem os cientistas, argumentando que, em alguns cenários, o uso de um dispositivo nuclear "teria várias vantagens sobre as alternativas não nucleares".
"Na verdade, se o tempo de alerta for curto e/ou o incidente de asteroide for grande, a explosão nuclear poderia ser nossa única opção prática para deflexão e/ou rompimento", concluiu Horan IV.