Conforme concluiu o documento, os EUA acreditam que a Rússia continuará sendo o maior e mais capaz rival de Washington no que diz respeito a armas de destruição em massa. Os EUA esperam que a Rússia busque oportunidades, em seus próprios termos, onde a cooperação bilateral seja possível.
"Avaliamos que a Rússia continuará sendo o maior e mais capaz rival de armas de destruição em massa dos Estados Unidos no futuro previsível, à medida que expande e moderniza suas capacidades de armas nucleares e aumenta as capacidades de suas armas estratégicas e não estratégicas", disse o relatório.
Já a China é apontada pelo documento como um concorrente quase igual dos EUA tanto na área militar como na economia e em desenvolvimento tecnológico. Segundo o documento, Pequim avança nessas áreas com a intenção de mudar as normas globais. O relatório do governo Biden ressaltou ainda que a China não está interessada em acordos de controle de armas que restrinjam seus planos de modernização militar.
Irã e Coreia do Norte
O relatório também cita outras ameaças aos EUA, como Irã e Coreia do Norte. No caso do Irã, a inteligência norte-americana acredita que o país provavelmente aumentará o enriquecimento de urânio ou construirá um novo reator nuclear se as sanções dos EUA contra Teerã não forem retiradas.
"Se Teerã não receber o alívio das sanções, as autoridades iranianas provavelmente considerarão opções que vão desde o enriquecimento de urânio até 60%, até o projeto e construção de um novo reator de água pesada de 40 megawatts", disse o relatório.
O Irã começou o enriquecimento de urânio em 60% já nesta terça-feira (13), informou a agência de notícias IRNA, citando o vice-chanceler iraniano, Abbas Araghchi.
Já em relação à Coreia do Norte, o relatório aponta que o líder do país, Kim Jong-un, pode retomar o desenvolvimento de armas nucleares e testes de mísseis balísticos intercontinentais para influenciar o ambiente da segurança regional. Pyongyang também pode tentar abrir barreiras entre os EUA e seus aliados, segundo a inteligência norte-americana.
Crise na América Latina
O relatório também tem um breve trecho em que cita possíveis ameaças nos países latino-americanos. O documento aponta que ao longo do próximo ano, diversas eleições devem ocorrer no continente, que enfrenta crescente insatisfação com a crise econômica e pandemia. Diante do crescimento da pobreza na América Latina, Washington cita preocupação com o aumento do fluxo de imigrantes em direção aos EUA.
A inteligência norte-americana acredita ainda que protestos violentos e eleições contestadas estão no horizonte da região, citando protestos em meio à pandemia na Colômbia, no Peru e na Guatemala. Além disso, o documento prevê a continuidade da crise na Venezuela e do fluxo migratório do país para os países da região em um momento em que os maiores vizinhos do Estado venezuelano enfrentam profundas crises devido à pandemia da COVID-19.