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Uso de poucos palavrões reforça a tese de que Bolsonaro sabia que estava sendo gravado, diz jornal

A suspeita de que o presidente Jair Bolsonaro sabia que sua conversa com o senador Jorge Kajuru seria gravada foi reforçada por um motivo curioso: o pouco uso de palavrões ao longo dos seis minutos e 20 segundos de gravação.
Sputnik

Segundo nota publicada nesta terça-feira (13) pela jornalista Mônica Bergamo, o baixo número de palavrões na fala de Bolsonaro fez o Supremo Tribunal Federal (STF) reforçar a tese que o presidente sabia da gravação.

O presidente é conhecido pelo frequente uso de palavras de baixo calão quando falando com naturalidade. Em janeiro, viralizou um vídeo em que, irritado com o caso do gasto do governo federal com latas de leite condensado, Bolsonaro chama os jornalistas de "imprensa de me***". No ano passado, Bolsonaro soltou 43 palavrões em uma reunião ministerial.

Em entrevista nesta segunda-feira (12) para o jornal O Globo, Kajuru já havia declarado que Bolsonaro sabia que a ligação seria gravada.

"É claro que ele sabia. Ele falou tudo aquilo sabendo que eu estava gravando. É evidente", disse Kajuru.

Segundo o senador, Bolsonaro só mudou o discurso ao longo da conversa após receber orientações e assessoria. Kajuru afirmou que Bolsonaro aproveitou a ocasião para mandar um recado para o Supremo Tribunal Federal.

"Ele disse que não tinha nada para esconder. Ele queria que divulgasse. […] Tipo assim: estou conversando com um doido que vai vazar essa conversa. Ele aproveitou a conversa para passar recado para o STF, para pedir impeachment de ministro", disse Kajuru.

Na semana passada, Bolsonaro já havia feito ataques pessoais contra Luís Roberto Barroso, após a decisão monocrática do ministro do STF que obriga o Senado a instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as ações do governo federal no combate à pandemia.

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