A informação foi publicada nesta quinta-feira (15) na coluna do jornalista Ancelmo Gois, do jornal O Globo. Segundo a nota, os médicos que se recusam a utilizar o kit são advertidos e até demitidos.
O kit COVID-19 inclui alguns remédios utilizados para tratar sintomas da doença, como dipirona e paracetamol, mas também remédios sem eficácia alguma contra a doença, como a ivermectina e a cloroquina ou hidroxicloroquina.
Um levantamento de fevereiro apontou disparada na venda destes remédios no Brasil. O maior aumento foi o da ivermectina: de 8,1 milhões de doses vendidas em 2019, o remédio saltou para 53,8 milhões de vendas em 2020 – um salto de 557%. A cloroquina (salto de 113%), a nitazoxanida (10%), a vitamina C (59%) e a vitamina D (81%) também tiveram aumento.
Outro levantamento, também de fevereiro, conduzido pela Associação Médica Brasileira (AMB), mostra que 34,7% dos médicos do país ainda acreditam na eficácia da cloroquina no tratamento contra a COVID-19. Várias agências sanitárias pelo mundo, inclusive a Agência Europeia de Medicamentos, já destacaram que estes remédios não têm eficácia.
No fim do mês de março, a AMB afirmou, por meio de boletim, que o uso de cloroquina e outros remédios sem eficácia comprovada contra a COVID-19 deve ser banido no Brasil.