O porta-aviões da Marinha Real do Reino Unido, HMS Queen Elizabeth, fará uma rota pelo Mar do Sul da China, mas não navegará pelo estreito de Taiwan. Em vez disso, a embarcação seguirá para o leste, seguindo até o Japão para evitar provocar a China, informa o jornal The Telegraph.
A China considera Taiwan uma província separatista que deve ser reunificada com o continente, e as autoridades chinesas frequentemente protestam fortemente se alguém sugerir o contrário.
Sir Iain Duncan Smith, o ex-líder conservador britânico, disse que o governo de Boris Johnson e a Marinha Real "precisam repensar essa jornada".
"Estou satisfeito com o posicionamento do porta-aviões no mar do Sul da China, mas eles precisam concluir esse processo informando aos chineses que desaprovam suas ações muito agressivas contra seus vizinhos ao navegar pelo estreito de Taiwan. Espero que revisem sua programação e garantam que isso aconteça", apelou Smith.
Tobias Ellwood, ex-ministro da Defesa e atual presidente da Comissão da Defesa da câmara baixa do Parlamento do Reino Unido, afirmou que a viagem do HMS Queen Elizabeth foi "lançada como uma importante declaração de intenções" e que teme que possa ser "diminuída" devido ao "medo de ofender" outras nações. Ellwood acrescentou disse que o "propósito" da viagem para o Indo-Pacífico "é enfrentar o autoritarismo da China".
"Muitos se perguntarão como uma visita de uma embarcação ao Mar do Sul da China alterará o comportamento da China. Claramente não vai e, em vez disso, estamos alterando nosso comportamento", concluiu o ex-ministro da Defesa do Reino Unido.
Viagem do HMS Queen Elizabeth
A embarcação de 65 mil toneladas se uniu a seu grupo naval de ataque no fim do ano passado e, de acordo com a Marinha Real britânica, O HMS Queen Elizabeth está agora no centro da "maior e mais poderosa força marítima liderada pela Europa em quase 20 anos".
O novo grupo de ataque do porta-aviões partirá para sua viagem inaugural em 23 de maio, afirma o The Telegraph. O HMS Queen Elizabeth navegará pelo canal de Suez e depois vai atracar no porto de Duqm, Omã, onde há uma base do Reino Unido, por uma semana.
Em seguida, o grupo navegará pelo oceano Índico e participará de exercícios leves conjuntos com a Marinha da Índia e fará uma escala breve em Singapura. A viagem terminará com uma a duas semanas de exercícios conjuntos com japoneses e norte-americanos.