Saída dos EUA do Afeganistão teria como meta liberar recursos para enfrentar China

Um funcionário da administração do presidente dos EUA Joe Biden revelou que o objetivo da retirada militar norte-americana do Afeganistão é enfrentar os "desafios fundamentais" no Indo-Pacífico.
Sputnik

Durante uma ligação telefônica na noite de quinta-feira (15), um funcionário sênior da administração norte-americana de Joe Biden apontou o plano dos EUA de transferir suas forças militares para a região do Indo-Pacífico.

"[...] Uma das razões pelas quais o presidente e sua equipe deram os passos cuidadosos no Afeganistão é, na verdade, para liberar o tempo, a atenção e os recursos de nossa liderança sênior e de nossos militares para se concentrarem naquilo que acreditamos ser os desafios fundamentais do século XXI, e eles se encontram fundamentalmente no Indo-Pacífico", disse.

Biden sublinhou em um discurso na quarta-feira (14), em que anunciou a retirada dos EUA do Afeganistão, que isso significaria que outros países, como Paquistão, Rússia, China, Índia e Turquia deveriam "fazer mais para apoiar" Cabul, pois "todos têm um interesse significativo no futuro estável do Afeganistão".

Momentos mais tarde, em seu discurso, o presidente dos EUA reivindicou o fortalecimento das alianças e o trabalho com "parceiros com os mesmos interesses" para assegurar que "as regras das normas internacionais que governam as ameaças cibernéticas e as tecnologias emergentes que moldarão nosso futuro estejam fundamentadas em nossos valores democráticos, valores, e não nos dos autocratas".

Essas alianças provavelmente incluiriam os outros membros da coalizão quadrilateral Quad: Índia, Austrália e Japão.

Durante um discurso de quinta-feira (15) no Diálogo Multilateral Raisina em Nova Deli, Índia, Phil Davidson, almirante e chefe do Comando Indo-Pacífico dos EUA, e outros presentes destacaram desacordo com a "política de Uma Só China" de Pequim e sua aplicação a Hong Kong e Taiwan.

Essas afirmações desencadearam críticas de Wang Xiaojian, porta-voz da Embaixada da China na Índia.

"Fazer comentários sem fundamento e irresponsáveis não é aceitável. Somos firmemente contra a interferência nos assuntos internos da China por qualquer país ou qualquer pessoa sob qualquer pretexto", comentou o diplomata chinês.

"A China tem exigido a defesa dos valores de paz, desenvolvimento, equidade, justiça, democracia e liberdade. Não são estes os valores com os quais todos nós deveríamos estar comprometidos?"

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