Diante das diversas declarações proferidas por Israel sobre o Irã nos últimos dias, os EUA pediram que o Estado israelense pare de fazer comentários sobre o país persa, de acordo com o The Jerusalem Post.
Segundo a mídia, o governo Biden se sente "desconfortável" em relação à recente operação israelense em Natanz, referindo-se às conversas israelenses sobre o ataque como "perigosas" e "embaraçosas", e também afirmou que as constantes declarações de Tel Aviv sobre Teerã atrapalharam as negociações em andamento entre os EUA e o Irã para voltar ao acordo nuclear.
Israel estaria preocupado com o alerta norte-americano, percebendo que esse dilema poderia colocar pressão sobre seu relacionamento com Washington. O Gabinete de Segurança de Israel, que não se reúne desde fevereiro, deve se reunir no domingo (18) para discutir o assunto, de acordo com a mídia.
Na sexta-feira (16), o ministro das Relações Exteriores de Israel, Gabi Ashkenazi, durante uma cúpula que reuniu autoridades em Pafos, no Chipre, reafirmou a intenção do governo de impedir que o Irã tenha armas nucleares.
Ao que parece, o flerte entre Tel Aviv e Washington, bastante intenso durante o governo de Donald Trump, vem enfraquecendo na medida em que a nova administração dos EUA trilha passos diferentes em questões ligadas ao Estado israelense.
No início de abril, Israel condenou veementemente o plano de ajuda de US$ 235 milhões (cerca de R$ 1,3 bilhão) dos EUA para a Palestina, declarando que a medida "só ajudaria a perpetuar o conflito israelo-palestino". Além de ser contrário ao financiamento, Jerusalém já deixou claro diversas vezes que não apoia o retorno dos EUA ao acordo nuclear, a ponto do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarar que "melhores amigos devem saber que Israel não se regerá pelo acordo nuclear do Irã".