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Para Gilmar Mendes, Lava Jato causou um colapso no Judiciário

Em entrevista neste domingo (18), Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que algumas instâncias da operação Lava Jato "sucumbiram às pressões políticas".
Sputnik

O ministro do STF, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, avaliou que a Lava Jato provocou um "colapso" no Judiciário do Brasil. Segundo ele, "o STJ [Superior Tribunal de Justiça] não cumpriu adequadamente seu papel".

Gilmar Mendes abordou, entre outras questões, os processos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e ressaltou que o STF anulou suas condenações por questões meramente processuais. Em seguida, enfatizou: "Não foi uma absolvição".

O ministro deixou claro que o STF não julgou o mérito se Lula cometeu corrupção passiva e lavagem de dinheiro, uma resposta às críticas de que o tribunal estaria favorecendo o petista.

Em outro momento da entrevista, Gilmar Mendes afirmou que o julgamento de Lula não provocará um efeito cascata entre outros réus da Lava Jato. "É uma situação muito personalista mesmo", avaliou. 

O ministro do STF fez críticas às instâncias inferiores da Justiça do Brasil, dizendo que alguns magistrados subiram à pressão midiática do caso.

"Havia um pouco de ambiente de mídia opressiva. Uma ânsia de decidir rapidamente. E decidir de acordo com aquilo que a Lava Jato tinha estabelecido", comentou.

Para ele, esses vícios da Lava Jato resultaram "em um processo, um inquérito, contra o presidente do STJ, ministro Falcão, e contra o Marcelo Navarro. O tribunal, ele próprio, perdeu a ossatura. Ele não cumpriu, adequadamente, o seu papel". 

Questionado sobre a suspeição do ex-ministro Sergio Moro, Gilmar Mendes entende que a questão já está resolvida. "Nós temos que ser rigorosos com as regras processuais", afirmou, dando a entender que é improvável uma reviravolta a favor de Moro no tribunal.

Para Gilmar Mendes, Lava Jato causou um colapso no Judiciário

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