Os números divulgados pelo Imazon divergem daqueles apresentados pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE) em 9 de março. Dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), do INPE, revelaram que no mês passado foram 367 km² de florestas desmatadas.
O Imazon projeta que foram foram 810 km² desmatados da Amazônia Legal, área equivalente à cidade de Goiânia. O total da devastação é três vezes maior do que a área desmatada em março de 2020, quando 256 km² foram subtraídos da floresta.
Pará e Mato Grosso concentraram 60% do desmatamento detectado na Amazônia Legal no período analisado. A saber, em ordem, os estados onde houve maior desmatamento: Pará (35%), Mato Grosso (25%), Amazonas (12%), Rondônia (11%), Roraima (8%), Maranhão (6%), Acre (2%) e Tocantins (1%).
O acumulado de janeiro a março em 2021 também apresenta recorde de desmatamento: o total devastado é o maior da série de dez anos, e mais do que o dobro do registrado em 2020.
O Imazon também revelou tendência de aumento de agosto a março, com destruição 59% maior do que no período anterior. Em março de 2021, 66% do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmate foi registrado em Assentamentos (22%), Unidades de Conservação (11%) e Terras Indígenas (1%).
A notícia chega às vésperas da Cúpula do Clima, convocada pelo presidente norte-americano Joe Biden, que ocorrerá nos dias 22 e 23 de abril.