Por que este planeta é tão maciço e como sua localização se encontra a uma distância tão grande da estrela permanece um mistério, escreve o Phys.org.
O planeta em questão é o YSES 2b, e se encontra a 360 anos-luz da Terra em direção à constelação austral da Musca (mosca em latim), e orbita a estrela a uma distância 110 vezes maior do que a Terra está do Sol, ou 20 vezes a distância entre o Sol e Júpiter.
A estrela que acompanha o exoplaneta tem apenas 14 milhões de anos e se parece com nosso Sol no período de sua infância. O estudo foi publicado na revista Astronomy & Astrophysics.
A grande distância entre o planeta e a estrela apresenta um enigma para os astrônomos, pois parece não se encaixar em nenhum dos modelos mais conhecidos para formação de grandes planetas gasosos. Se o planeta tivesse crescido em sua localização atual, longe da estrela por meio da acreção do núcleo, seria pesado demais, porque não há material suficiente para criar um planeta enorme a uma distância tão grande da estrela.
Se o planeta foi criado pela chamada instabilidade gravitacional no disco planetário, ele não parece ser suficientemente pesado.
Uma terceira possibilidade é que o YSES 2b tenha se formado perto da estrela por acreção do núcleo, e, em seguida, tenha migrado para longe. No entanto, tal migração exigiria a influência gravitacional de um segundo planeta, que ainda não foi encontrado pelos pesquisadores.
"Ao analisar mais exoplanetas semelhantes a Júpiter no futuro próximo, aprenderemos mais sobre os processos de formação de gigantes gasosos em torno de estrelas semelhantes ao Sol", disse o pesquisador principal do estudo, Alexander Bohn, da Universidade de Leiden, nos Países Baixos.
Os astrônomos conduziram suas observações em 2018 e 2020, usando o Telescópio VLT do Observatório Europeu do Sul (OES, na sigla em inglês) no Atacama, Chile.