Para justificar o que chamou de gastos "fora do local costumeiro", a CGU garante que o presidente "trabalhou enquanto esteve na praia". Os esclarecimentos sobre a viagem de fim de ano foram prestados na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
A CGU, entidade de controle do governo Federal responsável por realizar atividades relacionadas à defesa do patrimônio público, disse que Jair Bolsonaro não passou o comando do país ao vice-presidente Hamilton Mourão, e trabalhou normalmente durante o período que deixou o Planalto.
"O presidente da República despachou diariamente com todos os seus ministros e assessores e também só nesse período assinou: um decreto, sete medidas provisórias e também seis projetos de lei. Então, só por aí a gente entende que o presidente da República não estava de férias, ele estava a trabalho fora do local costumeiro, onde ele realiza as suas atividades", sustenta a CGU.
Vale lembrar que diversos deputados questionaram os gastos de Jair Bolsonaro após o anúncio de que suas "férias" teriam custado aos cofres públicos cerca de R$ 2,3 milhões entre os dias 18 de dezembro e 5 de janeiro.
O deputado Kim Kataguiri questionou a justificativa da CGU, afirmando que o presidente "não anda com uma medida provisória a tiracolo". "Viagem ao Guarujá durante o Ano Novo não é pra despachar, me desculpe senhor ministro, mas é férias", observou o parlamentar.
A CGU respondeu que quem não estivesse satisfeito com a explicação, que tentasse aprovar uma lei no Congresso "proibindo" o presidente de sair do Palácio do Planalto. Ele ainda relatou que, no cartão corporativo, 70% dos gastos foram com hospedagem, porque com a pandemia da COVID-19, os seguranças ficaram em quartos separados.