'Não podemos fechar todos os canais de comunicação com a Rússia', diz Merkel em discurso na APCE

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou ser errado fechar todos os canais de comunicação com a Rússia, e ressaltou o comprometimento alemão na construção do gasoduto Nord Stream 2.
Sputnik

Nesta terça-feira (20), discursando on-line na Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (APCE), a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, pontuou a necessidade de manter diálogo com a Rússia.

"Em geral, temos muitos conflitos com a Rússia, que, infelizmente, dificultam nossas relações. Mas eu continuo sendo a pessoa que sempre diz: precisamos conversar um com o outro", declarou Merkel, adicionado que "devemos manter diálogo".

Alemanha pretende manter as relações comerciais com a Federação da Rússia e, consequentemente, continua apoiando a construção do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2), declarou a chanceler alemã.

"Tenho a impressão de que a questão sobre o Nord Stream 2 se trata de um conflito que é mais abrangente e está ligado à questão de quão abrangente será nosso comércio com a Rússia, em particular, no setor energético. A Alemanha tomou decisão [favorável] à construção do Nord Stream 2", ressaltou Merkel.

A chanceler adicionou que a Alemanha continuará apoiando Ucrânia como um país por onde o gás russo será transportado para a Europa.

Além disso, Merkel afirmou que seria errado fechar todos os canais de comunicação com a Rússia. A chanceler disse que o objetivo do Conselho Europeu é "manter opiniões e posicionamentos distintos", visto que vários posicionamentos geram discussões que possibilitam "ajudar pessoas" em diferentes países.

Até 2019, as relações entre Moscou e Estrasburgo estiverem em crise devido à situação na APCE. O direito de voto foi retirado da delegação da Rússia na assembleia em abril de 2014 pela situação ucraniana e adesão da Crimeia. Em 2015, a APCE duas vezes estudou a possibilidade de restauração de autoridades da delegação da Rússia, mas, no fim das contas, sanções antirrussas só foram aumentadas.

Em resposta, Moscou se recusou a trabalhar em tais condições. De 2016 a 2018 não mandou pedido para confirmação de suas autoridades devido a posicionamentos antirrussos em Estrasburgo e parou de pagar sua contribuição no orçamento do Conselho Europeu. Em junho de 2019, a APCE restaurou as autoridades da delegação russa e os parlamentares russos começaram a trabalhar de novo na assembleia.

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