A denúncia – o primeiro passo para o impeachment – é motivada pela decisão do presidente de recorrer ao Tribunal Constitucional do Chile contra os saques antecipados de aposentadoria, medida que visa garantir maior renda à população durante a pandemia.
"É muito importante que a Frente Ampla assuma sua responsabilidade para com o povo e promova uma denúncia constitucional contra Piñera, e pedimos a todas as forças de oposição que trabalhem juntas e aprovem esta medida", disse o partido Comunes, membro do bloco de esquerda Frente Ampla, por meio de um comunicado.
O Partido Socialista, de centro-esquerda, acusou o recebimento da convocação do Comunes e emitiu um comunicado pedindo a seus parlamentares que estudassem a possibilidade de aderir à acusação constitucional.
A mesa diretiva do Partido Socialista pede a sua bancada de deputadas e deputados para estudar a acusação constitucional contra Piñera.
"Impedir a retirada dos fundos de pensão confirma que o presidente Sebastián Piñera renunciou ao proteger as mulheres e homens chilenos mais vulneráveis durante a pandemia", diz o comunicado do Partido Socialista do Chile.
Marco Enríquez-Ominami, ex-deputado e fundador da organização internacional Grupo de Puebla, também publicou nota afirmando que Piñera merece a "acusação constitucional por proteger a única coisa que lhe interessa, o sistema de administração de fundos de pensão privados".
Que as forças de oposição não falhem com o Chile novamente. Nosso país não aguenta mais Piñera. Acusação constitucional contra Piñera agora!
Nesta terça-feira (20), o presidente Piñera entrou com um pedido no Tribunal Constitucional do Chile para contestar um projeto que permite a retirada antecipada de até 10% dos fundos de pensão, uma medida promovida pela oposição como ajuda para enfrentar a pandemia de COVID-19.
A decisão causou descontentamento em toda a oposição e também na população, que em sua maioria apoia o projeto.
O órgão analisará a constitucionalidade da iniciativa. Enquanto isso, a oposição espera aprovação do projeto na Câmara dos Deputados, seguida pela votação no Senado nos próximos dias.