Tesouro alemão revela segredo de guerreiros vencedores de duelos na Idade do Ferro (FOTOS)

Encontrado um dos maiores estoques de armas da Idade do Ferro, no oeste da Alemanha, com mais de 150 objetos. Espadas estão retorcidas, confirmando que povos antigos destruíam as espadas do inimigo derrotado.
Sputnik

Um detector de metais que vasculhava um antigo forte descobriu "um dos maiores estoques de armas da Idade do Ferro no oeste da Alemanha", de acordo com arqueólogos da Associação Regional de Westphalia-Lippe (LWL, na sigla em alemão).

O tesouro contém mais de 150 objetos, incluindo armas deliberadamente dobradas, 40 pontas de lança e lanças, espadas e fragmentos de protuberâncias de escudos (estruturas redondas no centro de um escudo), além de ferramentas, ganchos para cintos, artes para cavalos, três moedas de prata, joias de bronze e uma fíbula, ou osso da perna, revelou Manuel Zeiler, um arqueólogo da LWL, ao portal Live Science.

Tesouro alemão revela segredo de guerreiros vencedores de duelos na Idade do Ferro (FOTOS)
"O arsenal é o maior [no estado alemão da] Renânia do Norte-Vestfália e também liga a [região do estado de] Sauerland com processos complexos na Europa da Idade do Ferro", disse Michael Baales, arqueólogo da LWL e chefe da filial de Olpe da Renânia do Norte-Vestfália, em um comunicado.

O mais curioso é o fato de as armas estarem danificadas. Revelando que os povos antigos destruíam propositadamente as espadas após duelos. No caso, os guerreiros vitoriosos da Idade do Ferro dobravam as espadas do lado perdedor, confirmou Baales.

Há várias décadas, os pesquisadores sabem sobre um possível tesouro no forte da Idade do Ferro. Na década de 1950, enquanto os trabalhadores construíam um pavilhão, "duas espadas enroladas em duas pontas de lança e duas lanceiras foram descobertas por acaso", disse Zeiler.

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As espadas também estavam dobradas e suas pontas propositalmente deformadas. Mas foi só em 2013 que os arqueólogos fizeram uma escavação mais completa neste local para descobrir o contexto completo da arqueologia do local, explicou Zeiler.

De 2018 a 2020, o detector de metais e pesquisador de história Matthias Dickhaus, que trabalhou com a LWL e a cidade de Schmallenberg, pesquisou a região em busca de artefatos de metal adicionais. Ao todo, Dickhaus encontrou cerca de 100 objetos.

Entre as descobertas, os arqueólogos ficaram maravilhados com um tipo raro de freio para cavalos. "As partes existentes do cabo para guiar o cavalo sugerem que esse tipo de freio era usado em cavalos que puxavam uma carruagem", escreveu a LWL no comunicado.

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"A broca permitia que o cavalo fosse conduzido de maneira muito precisa e direta – vital para um guerreiro em uma carruagem no meio de uma batalha."

O forte da colina, acrescentou Zeiler, está localizado na montanha Wilzenberg de 658 metros de altura. Este local foi visitado por pessoas durante a Idade do Ferro, por volta de 300 a.C., e as paredes do antigo forte da colina, conhecido como Wallburg, ainda são visíveis hoje, amplamente vistas por peregrinos e caminhantes que frequentam a montanha.

Embora o forte da colina em Wilzenberg esteja longe dos centros da cultura celta em outras partes da Europa continental, sua arquitetura e os objetos dobrados do tesouro são "comparáveis com a cultura celta", observou Zeiler.

Sabe-se que as culturas celtas e outras da Idade do Ferro dobraram as armas de um inimigo derrotado de maneira semelhante ao tesouro recém-descoberto. Por exemplo, investigações arqueológicas em santuários em Gournay e Ribemont-sur-Ancre na França "mostram que as armas dos guerreiros conquistados após a batalha foram destruídas pelo vencedor", explica Zeiler, adicionando que a cerimônia era a "última etapa para celebrar o triunfo".

Apesar das muitas armas e peças de equipamento de cavalo encontradas, não há evidências de uma batalha épica lá, notou Zeiler. "O dano [na arma] claramente não foi causado durante uma luta e, consequentemente, Wilzenberg não é um campo de batalha", afirmou.

Muitas das armas não podem ser datadas com precisão, então não está claro se elas foram danificadas e depositadas ao longo dos séculos ou se foram deliberadamente distorcidas em um único evento, concluiu.

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