"Seguimos observando porque a situação na próxima segunda-feira não será como a da última segunda […] Mas a UE já expressou sua solidariedade com a República Tcheca e condenou as ações da Rússia", disse o porta-voz da Comissão em entrevista coletiva.
O porta-voz também comentou que, na reunião do Conselho de Relações Exteriores da UE celebrada nesta quinta-feira (22), não foi tomada qualquer decisão sobre sanções.
"Não aprovamos nenhuma decisão […] Mas os debates continuam", assinalou o representante da Comissão Europeia.
No sábado (17), o governo tcheco denunciou o suposto envolvimento da inteligência russa nas explosões que causaram duas mortes em um paiol de munições na localidade de Vrbetice, em 2014, e decidiu expulsar 18 funcionários da embaixada russa em Praga, que o governo tcheco acusou de serem agentes dos serviços secretos da Rússia.
Moscou, por sua vez, rechaçou as acusações, que tachou de "absurdas", e as atribuiu à retórica antirrussa da República Tcheca e à "mão dos Estados Unidos", na qualidade de manipulador.
No domingo (18), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia respondeu à atitude de Praga ao declarar 20 diplomatas tchecos como persona non grata, aos quais deu 24 horas para deixar o território russo.
Hoje (22), o ministro das Relações Exteriores da República Tcheca, Jakub Kulhanek, anunciou que expulsaria mais diplomatas russos para que a composição da embaixada russa em Praga seja equivalente ao mesmo nível da embaixada tcheca em Moscou.
As relações entre Moscou e os países do Ocidente pioraram após o conflito interno na Ucrânia e a reincorporação da Crimeia à Federação da Rússia após um referendo realizado em março de 2014, no qual mais de 96% dos eleitores escolheram essa opção.
Naquele mesmo ano, os Estados Unidos, a UE e outros países aprovaram vários pacotes de sanções contra a Rússia por seu suposto envolvimento na crise ucraniana, ao qual Moscou respondeu com um embargo alimentar.
A UE, por sua vez, condiciona o levantamento das restrições ao cumprimento por parte do governo ucraniano e das milícias independentistas da região de Donbass dos acordos de Minsk, na Bielorrússia, que foram conseguidos com mediação de Rússia, Alemanha e França.